A EDUCAÇÃO E O MERCADO DE TRABALHO PARA OS JOVENS
Trabalhar com vínculo empregatício está se tornando cada vez mais difícil, especialmente para quem está em busca do primeiro emprego, devido às inúmeras exigências das empresas para preencher uma vaga. Essa situação pode desanimar os jovens na procura pelo primeiro emprego, principalmente quando o estágio não é suficiente para atender ao mínimo de experiência requerido pelos recrutadores. No entanto, é essencial não se desesperar; eventualmente, as coisas se ajeitam. O mais importante é persistir e não desistir.
Também é desafiador retornar ao mercado de trabalho para aqueles que perderam empregos formais nos últimos anos, assim como para mulheres que se afastaram para cuidar dos filhos e agora decidem retomar suas carreiras profissionais.
Realmente não está fácil, mas, mais uma vez, só posso dizer: NÃO DESISTA. Quanto mais árdua for a jornada em busca de uma melhor posição profissional, maior será o sentimento de orgulho pelas novas conquistas alcançadas.
Existe um filme que, acredito, todos que decidem se tornar professores já viram ou, caso não tenham visto, certamente deveriam assistir algum dia.
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O enredo deste filme reflete a realidade da maioria dos professores, que almejam transformar positivamente a vida de ao menos alguns estudantes em sua sala de aula.
Embora o filme seja dos anos 60, parece que pouco mudou, especialmente em países onde o sistema educacional é falho ou as escolas particulares são dominadas por seitas religiosas fanáticas e as escolas públicas são marginalizadas por um controle excessivo de um Estado ineficaz.
Para quem nunca assistiu esse filme vou dar uma deixa aqui:
O que estou tentando expressar é que, sem algum nível de educação formal, mesmo que seja básica, com recursos limitados, em uma sala de aula ao ar livre, ou sem equipamentos de última geração como os encontrados em escolas privadas, torna-se complicado para um jovem entrar no mercado de trabalho.
É essencial valorizar a educação, dar ainda mais reconhecimento aos professores e colocar a formação dos jovens como prioridade, preparando-os para uma vida em sociedade com liberdade para escolher, discutir e debater temas, possibilidades e oportunidades para o seu futuro.
A qualificação de um indivíduo pode ser transformadora para a sociedade, sendo essencial para o alcance de melhores posições no mercado de trabalho.
A GERAÇÃO QUE QUER TRABALHAR
De acordo com pesquisas e estudos realizados durante
este ano de 2022, mais de 80% da população entre 15 e 39 anos procuram uma
colocação no mercado de trabalho, porém, essas pessoas buscam as ofertas de um
mercado de trabalho.
De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – 9,3% da população brasileira está desempregada, o que
representa cerca de 10 milhões de pessoas em todo o país. A população entre 18
a 24 anos, está no patamar de 19,3%, muito alto, isso em parte se deve pela
falta de oportunidade produzidas pelo atual cenário econômico do país, e,
também pela falta de escolaridade de muitos brasileiros que perdem
oportunidades de ingressar no mercado de trabalho por deixarem de ter as qualificações
exigidas em algumas vagas.
Na China, a situação dos jovens à procura de emprego não é diferente, especialmente após a política de tolerância zero no combate ao vírus da Covid.
A taxa de jovens desempregados chineses em agosto/22 estava em 18,7%, de acordo com os dados do National
Bureau of Statistics.
A guerra entre Rússia e Ucrânia também tem provocado
uma queda da oferta de trabalho para os jovens desses dois países, porém, a
grande proporção da população russa trabalha para o Estado,
deixando o índice de desocupação em 3,9% em virtude do estado de guerra em que
aquele país vive atualmente.
De acordo com as informações obtidas na página da
Agência Brasil cerca de 4,8 milhões de empregos foram perdidos na Ucrânia desde o início da
invasão russa.
Em 2013, foi adotada a proposta da Comissão Europeia
ao Conselho da União Europeia para implementar uma Garantia para a Juventude em
todos os Estados-Membros, contemplando a diminuição do número de NEET como
objetivo político para a Garantida da Juventude. Esta proposta visa proporcionar emprego, educação continuada, aprendizado ou estágio de alta qualidade dentro de quatro meses após o indivíduo ficar desempregado ou concluir a educação formal. Ao longo dos anos, a proposta foi expandida; no entanto, durante o auge da crise de saúde, houve um impacto negativo nos treinamentos e, por consequência, na qualidade do aprendizado.
No ano da Juventude, foi criado pela UE, o programa ALMA, que oferece aos jovens menos favorecidos, uma chance de ter experiência profissional em outros estados membros. E, o que vem a ser o programa (Aim, Learn, Master, Achieve)
Trata-se de um programa destinado a orientar os jovens da União Europeia, com foco em integrá-los ao mercado de trabalho, especialmente aqueles que não estão empregados nem estudando, e os mais vulneráveis, como os mais pobres, pessoas com deficiência, jovens mães e pais, entre outros, para facilitar o acesso ao emprego e à educação.
Infelizmente, ainda são as mulheres que compõem uma grande parcela dos jovens que se encontram na situação de não estudar e não trabalhar.
Em 2021, 14,5% das jovens, com idades entre os 15 e
29 anos na EU eram NEET, enquanto os homens estavam na proporção de 2,7% pontos
percentuais.
Os fatores que desencorajam as mulheres a buscar qualificação incluem: convenções e pressões sociais, empregadores que hesitam em contratar mulheres devido à possibilidade de gravidez, salários inferiores aos dos homens na mesma função, e empregos de baixa qualidade. Estes são alguns dos motivos que contribuem para o afastamento das mulheres da educação e do mercado de trabalho.
Os dados sobre as jovens NEET são particularmente alarmantes na Itália, onde uma em cada duas mulheres não está empregada, e 25% das jovens até 30 anos estão afastadas do mercado de trabalho e da educação. Do total de 8,6 milhões de mulheres nessa situação na Europa, um terço encontra-se na Itália.
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Entre os 27 países que compõem a União Europeia, a
Itália é o país que tem os maiores números de jovens sem ocupação de acordo com
o relatório produzido pelo Eurostat – Gabinete de Estatísticas da União
Europeia.
Recentemente, o governo italiano anunciou um programa de incentivo para estudantes estrangeiros cursarem as universidades italianas. Esse anuncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Antônio Tajani, durante um congresso com instituições de ensino romanas.
A iniciativa de atrair estudantes estrangeiros para esse país apresenta uma excelente oportunidade para aqueles que desejam impulsionar suas carreiras na Europa.
A Comissão Europeia desenvolveu um plano de ação visando fomentar a economia social e o empreendedorismo social inclusivo, com o objetivo de apoiar os jovens mais vulneráveis, promovendo a criação de novos empregos e a integração laboral sustentável.
Foram elaborados e estabelecidos 20 princípios para integrar os jovens no mercado de
trabalho, dentro de uma proposta intitulado de Pilar Europeu dos Direitos Sociais.
Outra iniciativa foi a renomeação da rede TLN-Mobility para REDE ALMA, assegurando a mobilidade transnacional de jovens vulneráveis. Essa rede promove a parceria entre todos os estados membros da UE, incentivando a participação em uma rede de networking tanto virtual quanto presencial.
Recentemente, através da Resolução legislativa do
Parlamento Europeu (18 de outubro de 2022) editou a proposta de
decisão do Conselho relativa às orientações para as políticas de emprego dos
Estados-Membro. (Com (2022)0241 - C9 – 0199/2022 - 2022/0165 NLE)
O aviso de que as futuras gerações estão em grande vulnerabilidade, tanto pela escassez de novas oportunidades de emprego quanto pela continuidade do processo educacional, não se restringe apenas à Europa. Essa é uma condição global, que afeta algumas nações em menor escala e outras, como o Brasil, com estatísticas preocupantes.
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