POR QUE O ARTESANATO PASSOU A SER VISTO COMO "COISA DE MULHER"?

 DESCUBRA COMO A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL TRANSFERIU O ARTESANATO DAS GUILDAS MASCULINAS PARA O ESPAÇO DOMÉSTICO



O artesanato, hoje associado ao universo feminino, nem sempre foi assim. Essa mudança é fruto de profundas transformações sociais e econômicas que ocorreram entre os séculos XVIII e XIX.


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Com o surgimento da Revolução Industrial, a força física masculina passou a ser amplamente explorada para operar as máquinas nas indústrias.

🔩 Antes da Revolução Industrial: Oficinas e Mestres Homens


Até meados do século XVIII, o artesanato era um atividade predominantemente masculina, organizada em corporação de ofício(ou guildas) .


Mestre artesãos ensinavam seus aprendizes em oficinas, e o trabalho manual era valorizado como profissão autônoma. Até esse momento o ofício não era considerado "coisa de mulher".


🏭 A Revolução Industrial e a Migração Masculina para as Fábricas


Para trabalhar nas indústrias, eram necessárias mudanças sociais, e esse novo contexto exigia uma reorganização na estrutura trabalhista, ou seja, homens eram indispensáveis para operar máquinas. 


Com a chegada das máquinas e da produção em larga escala, os homens passaram a ser requisitado para operar equipamento industriais, que exigiam força física e disponibilidade total de tempo. Por isso, homens tornaram-se peça chave no ambiente fabril:



Para entendermos melhor, vamos identificar dois momentos chave que transferiram as atividades artesanais para o trabalho doméstico das mulheres


1. Fim das corporações de ofício (século XVIII-XIX)  

  • Com a extinção das guildas (em Portugal, por exemplo, em 1834), o artesanato regulado, antes dominado por mestres homens, perde espaço para a "indústria fabril". 
  • As antigas oficinas fecham e "muitos homens migram para as fábricas", enquanto "mulheres, viúvas ou filhas de artesãos" passam a produzir peças menores em casa, vendendo-as informalmente. 
  • Essa produção doméstica — bordado, rendas, tapeçaria — começou a ser vista como **trabalho “complementar” feminina".

 


2. Reforma do ensino e “artes domésticas” (século XIX)

  • Durante o Arts and Crafts movement na Inglaterra (c. 1860-1910), o bordado e a tapeçaria foram promovidos como parte da educação refinada para moças de "boa família" e  não mais como ofício corporativo. 
  • Escolas de arte manuais passaram a ensinar essas técnicas a moças de “boa família”, reforçando a ideia de que o artesanato era “naturalmente” feminino".


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Em resumo: até meados do século XVIII o artesanato era predominantemente masculino dentro de guildas; "entre o fim do Antigo Regime e o século XIX" ele foi sendo "relegado ao espaço doméstico", onde mulheres assumiram a produção — e a imagem cultural mudou para “trabalho feminino”.


Para trabalhar nas indústrias os homens precisam disponibilizar todo o seu tempo útil, ou seja: suas vidas.


Enquanto isso, as mulheres passam a disponibilizar suas vidas as atividades que deixaram de ser exercidas pelos homens.


🏠 O ARTESANATO COMO SOBREVIVÊNCIA E APOIO FAMILIAR


Nas famílias proletárias, o trabalho manual passou a atender às necessidades diárias, como costurar roupas para os filhos ou consertar objetos da casa. 


O artesanato deixou de ser uma atividade principal e passou a ser uma ocupação secundária, sem fins comerciais, realizada nos momentos livres. 




Essa mudança reflete uma transformação na relação com o trabalho manual, que se tornou mais uma atividade de subsistência ou suporte familiar do que uma profissão independente.


REFLEXÃO


Hoje, o artesanato carrega a memória de uma transição silenciosa - da oficina ao lar, do mestre ao cuidado, do ofício à resistência.



LEIA TAMBÉM: O ARTESANATO: A HISTÓRIA QUE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL APAGOU



Cada ponto bordado, cada peça feita à mão, é um testemunho da força criativa das mulheres que mantiveram viva essa arte mesmo quando o mundo industrial tentou apagá-la.



🤔O que você cria com as mãos também carrega história.

Já pensou no poder que há em cada fio que você entrelaça?




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