Naquele dia, estava sem acesso à internet em casa - na época (2011) utilizávamos a internet discada. Atualmente, temos acesso a banda larga. A tecnologia do '5G' por aqui ainda não chegou, com certeza levará um bom tempo para aparecer, e, quando isso acontecer, essa tecnologia já estará mais que superado por outras tecnologias mais modernas. Enquanto isso, usamos o que temos, isso quando não somos surpreendidos pelos 'apagões' provocados pelo vento que quebra os galhos das árvores que derrubam os velhos fios de transmissão que flutuam pendurados nos postes de transmissão da rede elétrica, ou, quando furtam os cabos de transmissão, ou ainda, quando falta luz na região, problemas que são insanáveis em lugares onde faltam políticas públicas prioritárias para o desenvolvimento econômico local.
Posso concluir, que: depois de pouco mais de 20 anos, que a internet chegou até o meu PC, pouca coisa mudou entre a pré-história digital no Brasil e o que temos hoje nos bairros da periferia e na zora rural dos munícipios.
LAN HOUSE, PC GAMES OU COMÉRCIO E EMPREENDEDORISMO?
Bem, vamos começar a
falar sobre o empreendedor/comerciante e proprietário de uma Lan House na
década de 1990, do século passado?
Gosto de escrever: século passado, isso soa como se fizesse uns 100.000 anos, embora, o mundo dos jogos em rede tenham surgido há pelo menos 30 anos.
As ‘Lan Houses’ invadiram os centros urbanos e, também a periferia dos
municípios em todo o mundo.
Já pensou: gastar um montante em dinheiro, mão-de-obra, tempo, e sonhos para montar uma empresa, e, não poder regularizá-la porque o bairro onde você montou seu espaço físico, sequer existe?
Ou, se existe, falta: transporte público, rede de esgoto, iluminação pública, nivelamento das ruas, calçadas, faixa de pedestres, etc.etc.etc.
É, isso é muito complicado, mas, vamos voltar para as nossas casas de jogos, só para entender a importância que os jogos eletrônicos tiveram na mudança do modo de vida dos jovens e de toda a sociedade propiciando novas oportunidades empreendedoras para gerar renda e promover empregos dentro e fora de uma cidade.
Sem sombra de dúvidas,
foram esses estabelecimentos comerciais que introduziram a mídia digital em
nossas vidas e democratizaram a internet para todos os cantos do mundo e povos.
LOCAL AREA NETWORK
“Lan House”, nada mais é
que um estabelecimento comercial a onde o cliente pode, mediante pagamento,
utilizar um computador com acesso à internet.
O termo "Lan House",
deriva da sigla da expressão inglesa: Local Area Network. Nos Estados Unidos, surgiram, em meados de 1995, grupos de jovens, que alugavam espaços para a promoção de competições de jogos de vídeo game conectados à rede mundial.
Coincidência ou não, as "Lan Houses" surgiram na mesma época em que as academias de ginásticas se proliferavam nos grandes centros urbanos. O que as fizeram crescer juntas? A relação com
os jogos? Ou uma inovação dos modelos de negócios?
Diferentemente, da
proposta dos grupos norte-americanos do Texas e Califórnia, que promoviam
campeonatos de jogos, surge do outro lado do mundo, um novo modelo de negócio
bastante lucrativo.
Ano de 1996, em Seul,
Coreia do Sul, as "Lan Houses", denominadas de PC Bangs, tomaram conta dos
centros urbanos e se torna febre entre os jovens daquele país.
“O número de lan houses, que apareceu pela primeira vez em
1994 na Coreia, explodiu a partir de 1997, quando o uso da Internet se tornou
uma atividade comunitária. Somado a isso, as pessoas que perderam o emprego
devido à crise financeira asiática de 1997 entraram no negócio de salas de
computadores, já que o jogo StarCraft estava dominando o país na mesma época. ”
Da Coreia do Sul para o Brasil foi só um pulinho no tempo, em 1998, o empresário Sunami Chum, brasileiro de ascendência coreana instalava a sua primeira casa de jogos ‘on-line’, a Monkey, na cidade de São Paulo.
“(...)Inaugurada em 1998, na cidade de São Paulo, a rede se
tornou exemplo para tantas outras casas e redes espalhadas por todo o Brasil,
chegando ao seu auge no ano de 2003 quando chegou a contar com mais de 60 lojas
espalhadas por várias cidades e até outros Estado do brasil com grande apelo
para atingir o público gamer e com vários incentivos que ajudaram na inserção
do Brasil nas principais competições mundiais e na formação de vários clãs de
Counter-Strike, entre outros games de menor popularidade.”
Os jogos eletrônicos também passaram a interessar jovens de outras classes sociais, e as 'Lan Houses', como fonte de negócio lucrativo, deixaram as áreas mais nobres das cidades e, subiram os morros ou viraram as esquinas para avançarem em direção da periferia.
No início, a intenção, era promover
o entretenimento através dos jogos eletrônicos, mas isso, gerou uma corrida
gigantesca para a implementação de novos negócios que agregaram outros valores
aos estabelecimentos comerciais.
Um ponto muito favorável trazido pelas casas de jogos eletrônicos foi a inclusão dos jovens da periferia aos meios digitais.
Com a chegada da banda larga e as implementações comerciais agregadas para manter o público fiel a utilização do computador em rede, as 'Lan Houses' deixam de ser salas de jogos para atender outro perfil de consumidor: o da comunidade que não dispõe de computador particular. A nova concepção de "Lan House", ou Cyber Café centraliza as suas atividades para o fornecimento de equipamento eletrônico, como computador, impressora e fax, para usuários que precisassem enviar e-mails, realizar pesquisas escolares, enviar currículos, usar as redes sociais que surgiam na época e tudo a custo acessível por hora.
Um novo conceito de entretenimento e sociabilização para os jovens das comunidades distantes dos centros urbanos começa a surgir na década de
2000, as "Lan Houses" passam a funcionar como ponto de encontro e de lazer para ouvir música, jogar, estudar e fazer um lanche rápido. Esses estabelecimento comerciais começam a ser instalados perto de escolas, Universidades e de fluxos de pessoas que procuram um local com computador para pesquisas rápidas.
As "Lan Houses", quando se
tornam mais acessíveis a população de baixa renda, perdem suas primeiras
características de estabelecimento voltado apenas para jogos eletrônicos,
possibilitando a democratização da internet para todos, através da conexão por banda larga e do aluguel do computador por algumas horas. Jovens e adultos, passam
a usufruir desses ambientes.
“Uma pesquisa publicada em 2008 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) mostrou que 48% de todos os usuários que acessam a internet no Brasil
o fazem em centros públicos de acesso pago, como lan houses. Quando se trata de
pessoas das classes mais pobres, D e E, esse número salta para 79% - um aumento
de 60% em relação aos 48.08% de usuários em 2006. ”
Diante dessa crescente
inclusão digital e socialização, tanto de jovens como adultos, que passaram a
buscar as "Lan Houses" para a utilização dos meios eletrônicos, fazendo com que, um novo núcleo de comerciantes/empreendedores buscasse nesse ramo econômico um mercado cada
vez mais promissor.
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