CONTANDO A HISTÓRIA DE UM SINDICALISTA

O TRABALHADOR E O EMPREENDEDOR

Os sindicatos nada mais são que associações de funcionários de uma determinada categoria de trabalhadores. 

No Brasil, o sindicato mais conhecido por todos é o dos Metalúrgicos, devido a influente participação do ex-Presidente do Brasil, Luís Inácio 'Lula' da Silva.


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O sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, no Estado de São Paulo foi o segundo sindicato a ser organizado de acordo com as normas instituídas durante o governo do Presidente Getúlio Vargas, sendo que o primeiro sindicato a ser reconhecido oficialmente foi o dos Marceneiros, Carpinteiros e Classes anexas de São Bernardo, também no Estado de São Paulo. 

Fundado em 1933, tornou-se não somente um importante intermediador entre a defesa dos operários das grandes metalúrgicas com seus empregadores e com o governo, mas também é o berço da militância operária em busca dos direitos trabalhistas e do desenvolvimento de políticas públicas para a defesa dos mais fracos na relação entre empregado e empregador. Foi dentro desse sindicato que surge o Partido dos Trabalhadores - PT, e a Central Única dos Trabalhadores, tornando possível a jornada de um operário ao cargo máximo de uma jornada de trabalho: à Presidência da República.

É necessário que os empreendedores compreendam a importância da participação de seus funcionários em associações. A participação do empregado em grupos sindicais pode amplamente melhorar o desenvolvimento econômico de uma empresa, pois um trabalhador devidamente representado e com sua situação regularizada de acordo com a legislação trabalhista pode evitar conflitos jurídicos que acarretem prejuízos para ambas as partes.

Nosso ordenamento jurídico permite dois modelos de organização dos Trabalhadores:

- os sindicatos, que representam de forma direta os trabalhadores de uma categoria;

- as federações ou centrais sindicais, que representam diretamente os sindicatos de um mesmo segmento de trabalhadores, e, indiretamente essas organizações defendem o interesse particular de cada empregado.

Podemos citar inúmeras conquistas no âmbito do Direito do Trabalho para garantir melhor qualidade de vida para os empregados de indústrias, comércio, autônomos, funcionários públicos e profissionais liberal.

Essa conquista pela proteção dos direitos trabalhista vem de longa data, pois muitos homens e mulheres durante a evolução da história da humanidade perderam suas vidas em virtude da falta de humanidade no ambiente de trabalho.

Explorados e expostos a jornadas excessivas e massacres, sem proteção e equipamentos de segurança. Homens, mulheres e crianças foram expostas ao perigo recebendo baixíssimos salários.

Desde a Revolução Industrial, a normatização trabalhista tem sido formalizada em todos os países. Os operários conquistaram alguns direitos através de muita luta, greves, conflitos e confrontos com os setores do capital.

Entre essas conquistas podemos destacar: o direito a férias, 13 salário, auxílios entre outros benefícios.

"Pode-se dizer que o surgimento do sindicalismo contribuiu para o direito do trabalho e foi motivado pela urgência de coibir os avisos contra os operários, e a exploração de mulheres e crianças. Destaca-se na Inglaterra o factory act (Lei das Fábricas) de 1819 que estabelecia a idade mínima do trabalhador assalariado em 9 anos  (52) e a "lei de Peel" de 1802, limitando a jornada de trabalho de menores de 12 anos na França a proibição do trabalho de menores de 8 anos ( 1814), na Alemanha a lei proibindo o trabalho de menores de 9 anos (1939) e as leis sociais de Bismarch em 1833 e na Itália as leis de proteção ao trabalho das mulheres e dos menores (53) . A Retina Novarum teve papel importante, haja vista que muitas leis surgiram inspiradas em seu texto, em quase todos os países o Estado passou a fixar horas de trabalho, salário mínimo, férias, seguro social. Igreja, capital e Estado entraram em acordo para executar alguma justiça social em troca de não haver  mudanças radicais na estrutura da sociedade como proposto pelo socialismo. Assim sendo, podemos dizer que o nascimento do direito do foi uma resposta da sociedade para evitar um rompimento profundo do tecido social." Schlling, Rafael Kushida. A Origem do Direito do Trabalho, publicado em 07/2019, jus com. Br , consultado em 09/2021."

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A nossa personagem principal, que nos fez abordar referido tema, é Iduigues Martins, sindicalista representante do setor dos papeleiros que agrupa trabalhadores das empresas que fornecem o nosso papel diário.

Conheça a trajetória e o olhar social de Iduigues Ferreira Martins 
Na pequenina cidade Carlos Chagas, norte de Minas Gerais, nascia Iduigues Martins em uma família muito simples e trabalhadora. O menino que sonhava com o time de futebol e desde cedo aprendeu a lutar pela vida vendo as circunstâncias financeiras que sua família enfrentava, cresceu e transformou sua história em defesa de causas sociais. 
Iduigues ainda guarda a lembrança: foi a primeira vez que seus pais enfrentaram uma mudança desafiadora para São Paulo, o pai dele viu na capital paulista a chance de manter seu trabalho como vendedor de loteria federal e a oportunidade de ter um pequeno negócio no Mercado Municipal. 

Ele lembra dos pertences da família sendo colocados em um saco e em uma mala de compensado. O destino era a Zona Leste de São Paulo, no bairro de Itaim Paulista, onde foram morar em um cortiço dividindo experiências com outras famílias. Iduigues passou a dividir sua rotina entre o estudo e levar marmitas para o pai, em uma caminhada extensa, até São Miguel Paulista. 

Aos 13 anos passou a ajudar o pai como vendedor de loteria. Então, o irmão mais velho percebeu que era o momento de preparar Iduigues para o futuro, incentivando o irmão a estudar como ele vinha fazendo. Foi assim que em 1978 Iduigues começou seu curso no Senai dentro da Nitroquímica Brasileira, a maior indústria de São Miguel Paulista da época, e durante dois anos estudou mecânica geral. 

Então surge a primeira experiência de movimento social quando ele percebeu que os formandos eram demitidos pela indústria e coordenou um movimento pela admissão dos formandos que demonstrou sua habilidade de lutar por direitos. Em 1981, mais experiente como funcionário da Cia. Suzano de Papel e Celulose, Iduigues se manifestou em meio à polêmica que ocorreu durante uma reunião sindical deixando os dirigentes sindicais impressionados com a sua integridade durante discurso. 

Assim em 1986 surgiu o convite para integrar o sindicato, do qual também assumiu direção, por sua luta em benefício dos funcionários e busca pelo bem-estar familiar e social deles em defesa de direitos como: ônibus, alimentação, café da manhã, adicional noturno, salubridade, hora extra, aposentadoria, auxílio gestante, creche, redução de jornada semanal, etc. 

O engajamento nessas lutas sociais, assim como, as conquistas dos direitos trabalhistas levaram Iduigues a ser presidente do sindicato por 12 anos. O que proporcionou ainda a mobilização de lutas sociais e sindicais pela população de Mogi das Cruzes, como o direito de água e esgoto para as pessoas em Jundiapeba, a defesa pela moradia no Jardim Nova União, luta pelos moradores que seriam despejados devido ao Viaduto Brás Cubas, entre outros. 

De fato, esse olhar social foi muito importante para que ele fosse eleito como Deputado Suplente e depois assumir o cargo de Deputado e depois ser eleito Vereador. É nítido que toda essa luta desperta a confiança no trabalho de Iduigues que foi reeleito Vereador, estudou no Liceu Brás Cubas e ainda mesmo com todas as dificuldades financeiras da época retornou à faculdade para formar-se advogado aprovado na OAB. 

Essa jornada o fez compreender a importância de lutar pelas pessoas, por seus sonhos e direitos, exercendo uma militância importante na área da saúde. Um resultado que trouxe para Mogi um grande benefício que é o Hospital dos trabalhadores na Indústria de Papel e Celulose (SEPACO), do qual é membro do conselho há 20 anos, que em convênio com a Prefeitura gasta cerca de 300 mil reais por mês em exames gratuitos à população transformando a saúde das pessoas. 

Sua trajetória conta ainda com uma ampla experiência nacional e internacional, na qual visitou o Brasil inteiro e mais 21 países, estudou modelos sindicais e participou de congressos e palestras, inclusive na Organização Internacional do Trabalho (OIT). Só quem viu e viveu tanta coisa, conhece as dificuldades e os desafios da população pode compreender o que é representá-los com tanto respeito, trabalho e integridade. O que é representar e colocar em prática os sonhos, projetos e necessidades da população diariamente. 
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Quando um trabalhador passa a buscar direitos e possibilidades de melhorias para outras pessoas, significa que todo o contexto social poderá receber os benefícios dessas mudanças sociais.

Ganha o operário, e todos os demais empregados, ganha também a coletividade, e a empresa, pois que, trabalhadores reconhecidos por seu desempenho profissional também defende os interesses da empresa onde trabalha.


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