O “Papel Social é o
conjunto de expectativas de comportamento padronizado em relação a cada uma das
posições (status) existentes em uma sociedade” [i]
Por ser uma expectativa, o papel social, compreende as ações e
atitudes que os outros esperam de nós em função do ‘status’ social que
possuímos.
Nós, não agimos sozinhos
em sociedade, temos que, a cada momento, um novo cenário surge no nosso cotidiano
fazendo com que desempenhemos novos papéis a todo o momento.
Isso, não quer
dizer, que mudamos nossa essência, característica intrínseca de nossa
personalidade todas as vezes que participamos de realidades diferentes, ou
ambientes diversos, mas que, as relações interpessoais e sociais dependem de um
conjunto de elementos culturais e jurídicos distintos que irão organizar o meio
social e, portanto, agimos de acordo com cada realidade temporal.
O que
acontece é que, desenvolvemos e encenamos nossos papéis de forma tão espontânea
e de acordo com os ensejos alheios nos adaptando às novas realidades que nem
nos damos contas dessas mudanças comportamentais que o meio exige que aconteça.
Podemos considerar que, de certa forma, essa integração de
papeis é involuntária e constante, porque estamos sempre em contato com outras
pessoas durante nossas vidas.
Isso não quer dizer que: o indivíduo quando sozinho,
também não ocupe e desempenhe o seu papel social, pelo contrário, ele é um ator
social mesmo que temporariamente isolado.
Durante as nossas vidas ocupamos papeis de filhos, pais, avós,
alunos, professores, médicos, presos, e etc., o tempo todo desenvolvemos vários
papeis e até mesmo simultaneamente, como exemplo: ser mãe e professora numa
mesma ação social.
O papel social define a estrutura social e as expectativas estão
associadas aos deveres e direitos de cada ator social criando um envolvimento
de comportamentos, pensamentos e sentimentos que determinam a consciência
coletiva num cenário artificial criado pela sociedade.
Portanto, o papel social de uma pessoa esta relacionada à sua
atuação social dentro dos limites que a sociedade exige dessa atuação devendo o
indivíduo respeitar as normas e obrigações inerentes ao convívio em grupo.
É a sociedade que organiza o individuo para agir e contracenar
em seus múltiplos espaços artificiais e organizado pela ação social do próprio
homem, como ocorre no ambiente de trabalho, de lazer, de estudo, religioso,
mas, podemos considerar que o único ambiente que não é construído pela
sociedade, mas é dele que tudo deriva, é o ambiente familiar, surgindo de forma
natural através dos laços da afinidade ou consanguíneo.
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| Pessoas representando o seu papel social |
E, assim temos que:
“Os papéis
sociais, com sua estrutura e dinâmica, repetem e concretizam, num âmbito
microssociológico, a estrutura de contradição e oposição básicas que se
realizam num âmbito maior entre papéis históricos constituída pela relação
dominador-dominado” [ii]
Lá voltamos buscar amparo no contexto histórico social que
estudamos até o presente momento, onde a divisão do trabalho é que organiza o
espaço social, fazendo com que os homens ocupem lugares distintos na sociedade.
Aqueles que detêm os meios de produção dominam por certo tempo àqueles que
detêm a força motriz, e, cada qual, ocupa dentro desse cenário produzido, o ‘status’
de ator social.
Todos interagem desde que, observadas as regras criadas e estipuladas
pela organização social.
Entretanto, cada papel social se encontra localizado geográfica numa hierarquia social padronizada.
Na antiguidade, havia a divisão social dos povos entre escravos
e senhores.
Na atualidade, essa divisão social padronizada esta atrelada ao
‘status’ social pelo capital econômico.
Nas sociedades primitivas a localização social do homem dentro
de um mesmo grupo ocorria de acordo com sua força física, idade e sexo.
Esses
pilares continuam erguidos até nossos dias, mas, incorporou-se a eles elementos
mais práticos como o poder, a normatização dos atos sociais, o capital e os
meios de produção.
Então, temos que: através dos meios de produção o homem passa a
ocupar uma posição social de acordo com seu ‘status’.
E, é através desse
‘status’ que esse mesmo homem desempenha um papel social de acordo com aquilo
que a sociedade espera que faça.
Também, é através desse ‘status’ social que
teremos nosso posicionamento hierárquico no contexto sócio econômico da
sociedade a qual pertencemos.
Por esse motivo, importante, é saber e conhecer a qual ‘status’
social pertencemos.
[i]
DAHRENDORF, Ralf. Homo Sociologicus. Trad. De Manfredo Berger, Rio de Janeiro,
Tempo Brasileiro, 1969, p. 54.
[ii]
NETO, Naffah. A Psicodrama, Descolonizando o Imaginário. São Paulo, Brasiliense.
1979, p.34
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