A Família
 |
| Família - filme da Disney |
Nos primórdios da história humana, descobrimos o núcleo familiar, como um grupo de indivíduos agregados em um estado de interdependência, demonstra-se que os seres humanos não podem existir ou viver isoladamente.
Em grupo os indivíduos pode garantir sua sobrevivência num mundo inóspito e desconhecido. Esses grupos são chamados de ‘clãs’.
Atualmente o núcleo familiar não está mais restrito apenas aos indivíduos ligados pelo grau de descendência, ascendência ou constituídos pelo matrimônio.
A família é uma organização social que congrega elementos biológicos e adotivos, incluindo parentes diretos e colaterais, bem como estruturas de pais únicos ou monoparentais, que surgem por diversas razões como divórcio, falecimento, ou pais solteiros (independentemente de sexo e idade), além das famílias comunitárias formadas em instituições civis.
De acordo com a Declaração dos Direitos Humanos, a família é o elemento natural da sociedade e tem direito a proteção da própria sociedade e do Estado.
O que realmente importa para o desenvolvimento dos conteúdos deste Blog é compreender que a família é o núcleo da sociedade, onde o indivíduo tem os primeiros contatos com o mundo externo após deixar o útero materno. É neste ambiente social que ele adquire as primeiras noções de convivência social.
O que é a Família?
“Etimologicamente, perduram dúvidas quanto á palavra família. Houve quem afirmasse que vem do latim fames (fome) e quem afirmasse que deriva do termo famulus (servente). Por isso, acredita-se que,
originariamente, o conceito de família era usado para fazer alusão ao conjunto de escravos e criados, enquanto propriedade de um só homem”i
Devemos recordar que, na pré-história, os seres humanos uniam-se na procura de alimentos e na proteção dos mais fracos pelos mais fortes, conforme a lei natural, tanto em relação ao líder do clã quanto frente aos outros animais que habitavam a terra.
 |
| Família comemorando |
Essa é a nossa percepção sobre a origem do grupo familiar, que não está necessariamente atrelada à relação de amor, sexo e afinidade como usualmente pensamos, mas sim à necessidade de subsistência e à subordinação que surgem da exigência de se estruturar frente à ordem natural da evolução humana.
“Segundo Aristóteles, a família compõe-se de quatro elementos: os filhos, a mulher, os bens, os escravos; além, naturalmente, do chefe a que pertence à direção da família” ii
Sob a visão aristotélica, percebe-se que tanto filhos quanto escravos eram considerados propriedade do patriarca da família. A esposa também era submetida à obediência desse líder familiar. Fica evidente que, ao longo do tempo, o conceito de liderança familiar estava atrelado à capacidade do chefe em prover alimentos e necessidades básicas, estendendo-se aos agregados, que eram pessoas não relacionadas por laços de sangue ou parentesco, mas sim pela prestação de serviços servis.
Segundo essa visão aristotélica, em qualquer agrupamento de indivíduos há obrigações, deveres e direitos inerentes às pessoas que estão unidas sob a liderança de um patriarca, líder ou chefe.
Bom lembrar que ‘o Papa João Paulo II, na Carta às Famílias, chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário ou “lugar sagrado” a aonde a vida humana surge como que de uma nascente sagrada, e é cultiva e formada. iii
Como podemos observar, o conceito de família é envolto em um conjunto de valores que elevam a instituição familiar à mais importante forma de organização social. Nela, há regras, hierarquia, respeito, valores, ética e afinidades, elementos que formam o conceito de uma sociedade natural e espontânea. As famílias são unidas tanto pelos laços de sangue quanto pelos laços de afinidade, derivados de diversos relacionamentos ou estabelecidos conforme a legislação de uma nação para proteger os direitos civis dos indivíduos na sociedade.
Para Rousseau, a família é a forma mais natural de contextualizar o conceito de sociedade:
“A mais antiga de todas as sociedades, e a única natural, é a família (...)
É a família, portanto, o primeiro modelo das sociedades políticas: o chefe é a imagem do pai, o povo a imagem dos filhos, e havendo nascido todos livres e iguais, não alienam a liberdade a não ser em troca da sua utilidade.
Toda a diferença consiste em que, na família, o amor do pai pelos filhos o compensa dos cuidados que estes lhe dão, ao passo que, no Estado, o prazer de comandar substitui o amor que o chefe não sente por seus povos”.iv
Ambos os pensadores consideraram a origem da família nuclear como a estrutura básica da sociedade natural, conferindo poder ao patriarca dessa unidade familiar. Mulheres e escravos encontravam-se em uma posição desprivilegiada em relação a certos aspectos do contexto social.
LEIA TAMBÉM: COMO ELABORAR O ORGANOGRAMA NA EMPRESA FAMILIAR RURAL
 |
| Jesus, Maria e José |
Aqui, identificamos duas novas linhas de investigação a serem estudadas e exploradas: uma sobre o poder patriarcal formado pelos laços de sangue, afinidade e poder econômico, e outra sobre o poder do Estado patriarcal em relação ao poder econômico, social e político.
É possível notar que a estrutura estabelecida pelos primeiros núcleos familiares permanece entre os grupos familiares atuais.
 |
| A Constelação familiar ou sistêmica é um método desenvolvido pelo alemão Bert Hellinger que busca intervir em conflitos interpessoais originados nos sistema familiar. |
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
O artigo em questão, descreve a estrutura hierárquica do poder e submissão dentro de uma entidade familiar e sua influência sobre a gestão de empresas familiares, um problema que um empreendedor pode ter quando constitui uma empresa familiar.
Com base desse artigo responda ao seguinte questionamento:
Como minimizar o impacto negativo da estrutura hierárquica familiar na gestão e tomada de decisões dentro de uma organização empresarial familiar?
Comentários