FAMÍLIA EMPREENDEDORA
Trabalhar em família pode ser algo bem difícil. Já pensou o dia em que todo mundo resolveu levantar de 'ovo virado'?
Contudo, é um empreendimento que frequentemente prospera, especialmente quando todos os integrantes se dedicam à mesma finalidade: sustentar o negócio frente a todos os desafios internos e externos.
Para começar é a família empreendedora que adequa suas necessidades ao negócio. Ou seja, a prioridade absoluta é o negócio.
Detalhe:
'Negócio em família não pode ser misturado a
casos de família. Então, feito essa distinção com seus parentes. Comece a
pensar em constituir sua empresa'.
Criar uma Empresa Familiar pode trazer alguns desafios, mas também representa uma ótima forma de proporcionar renda para a família e para a comunidade. Isso ocorre porque há interesses compartilhados que beneficiam todos os envolvidos, além de valorizar o patrimônio familiar.
Nas empresas familiares, a intimidade entre os membros favorece as relações de autoridade. Muitas dessas empresas adotam um sistema hierárquico patriarcal, conferindo autoridade ou respeito aos mais experientes, que por sua vez têm maior facilidade de relacionamento com os outros membros da família ou da empresa.
Era o patriarca que definia as funções de cada um, distribuindo tarefas entre os funcionários, que incluíam seus filhos, sobrinhos, irmãos, primos, tios e outros parentes agregados.
É suficiente observar como o proprietário da padaria local gerencia o negócio para perceber que não se trata de uma gestão familiar típica, mas sim de um 'comando familiar'. As tarefas são realizadas conforme as diretrizes estabelecidas pelo patriarca, que passa aos descendentes os mesmos 'comandos' administrativos de seu pai ou avô, perpetuando a tradição familiar da maneira que lhes é possível.
Os fundadores dessas empresas são ambiciosos e almejam prosperar, mantendo o negócio e o patrimônio da empresa por um longo período. Isso também facilita a dedicação e o envolvimento de todos os membros, pois compreendem os benefícios gerados por esse trabalho.
Os filhos do fundador frequentemente permanecem como subordinados e, muitas vezes, concluem somente o ensino médio, não adquirindo qualificação profissional para administrar a empresa. Isso se deve à escassez de tempo desses trabalhadores, que, como sucessores da empresa familiar, cumprem jornadas de trabalho além do permitido pela legislação, resultando em falta de descanso e tempo para estudos e lazer.
Os filhos trabalhadores que finalizam o ensino superior frequentemente não se formam em cursos de gestão, optando por outras áreas do terceiro setor e demonstrando pouco interesse em prosseguir com a administração das micro e pequenas empresas familiares.
Existem outras situações em empresas familiares, como o caso do cunhado desempregado que, por intermédio da irmã, consegue um emprego temporário na empresa enquanto não encontra trabalho em sua área de formação. No entanto, já se passaram mais de 10 anos e ele continua na empresa, situação que você comenta com sua esposa todas as noites antes de dormir. A questão é: como demitir o cunhado sem causar um conflito familiar?
É exatamente por isso que enfatizamos: não confunda suas emoções com os negócios da família em si.
FAMÍLIA É FAMÍLIA. |
É importante evitar alocar parentes despreparados em cargos específicos, pois os riscos de impacto negativo nos resultados da empresa são significativos. Portanto, é aconselhável não empregá-los ou prepará-los adequadamente para assumir posições de governança, técnicas ou financeiras.
Analise suas competências e distribua tarefas adequadas para a sua capacidade. Se não quer brigar com sua irmã, e nem perder a esposa, qualifique o seu cunhado para que ele tenha alguma aptidão profissional.
A falha em distinguir entre assuntos pessoais e profissionais é frequente em empresas familiares. Portanto, não se aflija. Adote esta importante lição de vida: esteja sempre aberto a novos conhecimentos e ao ato de escutar. Talvez seus filhos, ao observarem sua maneira de gerir a empresa, possam oferecer perspectivas inovadoras que ajudem a solucionar conflitos ou a cumprir prazos. Seja mais flexível.
“Um processo que em sendo implementado nos negócios
familiares é a gestão de desempenho, já muito utilizada nas multinacionais”, de
acordo com Carolina Mirabeli, psicóloga pela PUC – Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo e consultora em recursos humanos, liderança e carreira.
Sempre tenha em mente que o processo ideal de organização doméstica envolve descartar itens não utilizados, selecionar o que pode ser reaproveitado, avaliar o que é possível doar, vender ou jogar fora, e após uma boa limpeza, reorganizar os objetos em seus lugares. Esse método simples, mas eficaz, é essencial se você deseja manter um ambiente de trabalho harmonioso com sua família. Portanto, inicie a criação do seu plano de ação e estabeleça uma lista de tarefas prioritárias para a administração do seu negócio, buscando a ajuda de terceiros quando necessário – é sempre útil consultar um advogado e um contador que possam interagir com outros membros da família. Invista em cursos de capacitação em instituições renomadas.
Não há motivo para constrangimento; considerando que lidamos com um empreendimento de interesses pessoais e econômicos, é sempre prudente que tanto o fundador quanto os membros da empresa recebam acompanhamento psicológico para uma melhor compreensão das emoções individuais.
Já imaginou como seria para um casal que trabalha junto em uma empresa lidar com uma crise de ciúmes, ou se esquecessem de buscar o filho na escola e começassem a se culpar mutuamente pela falha, discutindo diante de um cliente? E se os resultados da empresa não fossem bons em um certo período, seria justo atribuir a crise financeira ao desejo de um filho de viajar nas férias escolares?
A verdade é que realizar projetos em família é
extremamente desafiador.
FAMÍLIA QUE TRABALHA UNIDA TAMBÉM TEM MUITAS VANTAGENS
Um dos tipos mais comuns de empresa familiar é aquele de capital fechado, com controle administrativo e financeiro exercido pela própria família, especialmente quando se encontram na primeira geração e em fase de constituição.
Capital fechado refere-se a uma empresa que pertence a um número limitado de acionistas, sem disponibilizar suas participações para investidores por meio de ações negociáveis em bolsa de valores. Um novo sócio só poderá ingressar se um dos atuais proprietários optar por vender sua cota na sociedade.
Se um dos sócios da empresa familiar decidir vender sua participação a um terceiro, a natureza da empresa não será alterada. Contudo, a venda deve ser registrada no livro de registro de ações da empresa por meio de uma Escritura de Transferência da quota vendida pelo sócio que se desvinculou.
Vamos comparar as diferentes abordagens de gestão em Empresas Familiares ao redor do mundo?
De acordo com o advogado Eduardo Valério, existe diferença entre a
gestão da empresa familiar no Brasil e a gestão desse mesmo tipo empresarial
nos Estados Unidos.
As empresas familiares nos Estados Unidos,
As empresas familiares contribuem com aproximadamente 64% do PIB e empregam 60% da força de trabalho em determinado país, além de possuírem uma rica tradição cultural e histórica. No Brasil, contudo, as empresas familiares geralmente estão na segunda geração da mesma família, sendo raras as que alcançam a terceira geração. Ainda mais raro é o caso de empresas familiares que são geridas pela quarta geração de empreendedores. Isso indica que muitas empresas familiares no Brasil não prosperam após a segunda geração de empreendedores, devido à falta de interesse na gestão ou à ausência de políticas públicas que fomentem o desenvolvimento desses pequenos empreendedores.
No Brasil, quando se fala em políticas públicas voltadas para auxiliar o micro e pequeno empreendedor ainda temos muito que aprender, em outros artigos publicados aqui no Blogger já abordamos vários temas como:
- segurança pública;
- leitura do zoneamento urbano da cidade;
- zona rural e formas de aquisição de imóveis regulares;
- trabalho em casa, entre outros temas relevantes para a inovação empreendedora.
Não faltam assuntos, especialmente no que diz respeito à necessária implementação de incentivos fiscais pelo Estado para assegurar a sobrevivência das micro e pequenas empresas. Com o tempo, tentaremos abordar mais temas que sejam de ajuda ao empreendedor.
Apenas por meio da geração de renda a sociedade pode alcançar o equilíbrio econômico e fomentar a equidade social.
Nos Estados Unidos, estima-se que 30% das empresas familiares são transferidas para a segunda geração enquanto estão plenamente operacionais. Deste percentual, apenas 12% sobrevivem e são passadas aos sucessores. Na terceira geração, o número de empresas familiares ativas cai para apenas 5%, uma taxa similar à estimativa brasileira. Esses números podem ser resultado do processo de sucessão, que pode desgastar a continuidade operacional da empresa, ou devido a vários fatores econômicos, crises políticas e, mais recentemente, o fechamento de muitos negócios devido à crise de saúde global causada pela pandemia.
Contudo, o que se pode observar por meio de diversos estudos realizados nos últimos anos é que as empresas familiares de maior sucesso são aquelas que mantêm um equilíbrio entre a gestão, os sócios e a capacidade de adaptação de uma família dinâmica e flexível às tendências do mercado. A resiliência de algumas famílias frente a situações adversas, como as crises econômicas, é um fator determinante para a continuidade da empresa familiar ao longo do tempo.
Nos Estados Unidos é mais comum, o tipo de empresa familiar de capital aberto, mas também encontramos o exemplo de uma gigante familiar de capital fechado, a gigante de agribusiness presente nos 5 continentes empregando mais de 160.000 pessoas em 67 países, com uma receita de 114, 7 bilhões USD (2018)
Quando o capital financeiro de uma empresa familiar é do tipo aberto, há mais oportunidades para outros investidores participarem da sociedade empresarial, o que pode resultar na longevidade da empresa não apenas por meio de novos recursos financeiros, mas também através do capital intelectual e da força de trabalho.
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Segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDS, os acionistas familiares visam investir a maior parte dos lucros na estratégia de crescimento da empresa, com o objetivo principal de dobrar o patrimônio líquido a cada seis anos e aumentar sua presença no mercado. Esses acionistas priorizam a entrada e expansão da empresa em diversas regiões, dando menos ênfase à sua longevidade.
De acordo com esse estudo do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico Social – BNDS, tanto as empresas familiares de capital aberto quanto as de capital fechado enfrentam o risco de dilemas futuros, oriundos das divergências de opiniões dentro do contexto familiar. Frequentemente, os membros mais velhos resistem a inovações, investimentos externos ou financiamentos, e também desconsideram as opiniões dos filhos. Para muitos, os filhos só assumirão a empresa após a sua morte, e até lá, enquanto aguardam a transição sucessória, são vistos como empregados, sem direitos trabalhistas ou poder administrativo.
Também não é possível generalizar as falhas de governança de uma empresa familiar, de acordo com a Family Business empresas lideradas por grupos familiares estão muito mais envolvidas com os negócios comerciais por ser exatamente o patrimônio econômico da família.
Alguns exemplos famosos de empresas familiares que podem ser estudados pelo empreendedor que pretende trabalhar em
família:
- Fundada em 1962, a Rede Walmart atualmente, o presidente Rob Walton, é o filho do seu fundador (Sam Walton);
- Fundada em 1903 por Henry Ford, o grupo hoje tem no conselho de administração o bisneto de Ford, William Ford Junior;
- Gigante no setor hospitalar, temos a HCA, que surgiu na década de 1960 fundada pelo médico Thomas Frist e seu filho Thomas Frist Junior.
Ao voltarmos nossa atenção para a Europa, veremos exemplos de empresas familiares que se destacam pela longevidade, sustentadas por valores sólidos e uma presença consolidada no mercado.
Nos países europeus, o capital familiar é baseado não apenas no aspecto financeiro, mas também no emocional, cultural e na capacidade de adaptação contínua das famílias às mudanças sociais. Isso se manifesta na maneira como o dono de uma empresa familiar a gerencia em conjunto com os membros da família que também são empregados da empresa.
Na Espanha, estima-se que existam cerca de 1,1
milhões de empresas familiares, empregando cerca de 67% da população ativa.
Somada as facilidades de comercialização no mercado comum Europeu, as empresas familiares representam
60% das exportações. Participando com 65% do PIB – Produto Interno Bruto.
No entanto, entre os sócios familiares, há dificuldades na criação de Protocolos – acordos estabelecidos entre os membros da família para prevenir disputas, especialmente no que diz respeito ao planejamento sucessório da geração mais antiga de diretores da empresa.
A empresa familiar representa o fluxo de caixa para a família que depende dela para subsistência, e por isso, é essencial um planejamento cuidadoso para sua governança e sucessão. Nem todos os membros da família estão aptos a gerir os negócios, e competições pessoais entre eles devem ser evitadas. O foco deve permanecer no interesse do negócio que motivou a criação da empresa.
É sabido que empresas desse tipo surgem a partir das ideias e projetos de seu fundador, que será posteriormente sucedido por outro membro da família, podendo ser um filho, um sucessor direto ou outro parente da linha de sucessão, incluindo os afins.
É durante essa sequência sucessória que o controle acionário e a gestão administrativa começam a se formalizar, necessitando de registro para que conflitos familiares e disputas pelo poder, interesses dos sucessores, ou questões trabalhistas e de divisão patrimonial não interfiram na estrutura e divisão do patrimônio da empresa. Caso contrário, até um simples ciúme entre irmãos pode levar à perda do trabalho acumulado por gerações.
O processo de governança em empresas familiares visa estabelecer regras que assegurem a harmonização dos interesses familiares com os da empresa, preservando o capital, a administração e a forma societária escolhida, de modo que a empresa opere eficientemente dentro do contexto tributário.
Planejar a sucessão na liderança de uma empresa familiar não implica que o fundador deva favorecer um único herdeiro, nem assegurar o patrimônio para alguns membros da família em detrimento de outros. Além disso, não é um processo que deva ser encarado como egoísta.
Ao contrário do que se pode pensar, é importante lembrar que uma empresa familiar, ao ser criada, tem o propósito de atender às relações sociais dentro de um contexto mais amplo que envolve toda a sociedade. Assim, essa empresa se torna uma entidade jurídica perante o mundo, isto é, perante o Estado, por meio do pagamento de impostos, perante o consumidor, que adquirirá os bens ou serviços oferecidos pela empresa, e perante as relações trabalhistas, considerando que nem todos os que ocupam cargos administrativos ou operacionais em uma empresa familiar são membros da família, e, mesmo sendo filhos, filhas, sobrinhos, etc., têm direitos e obrigações trabalhistas.
A criação de uma governança em uma empresa familiar deve incluir planos para o desenvolvimento contínuo do negócio, o que é alcançado através da adequada preparação dos sucessores.
Na Espanha apenas 8,9% destas organizações elaboraram um protocolo familiar o que poderia evitar desacordos futuros entre as gerações de sucessores e até mesmo entre os membros da atual diretoria.
A perspectiva de longo prazo adotada por famílias empreendedoras na Europa e na América do Norte pode ser um modelo para aqueles que desejam estabelecer uma empresa familiar e gerir um negócio.
Um exemplo de empresa familiar com uma a história de
três gerações é da gigante do ‘sector hortofrutícola’ espanhola que realiza todo o processo de desenvolvimento desde as sementes até a
distribuição dos seus produtos em supermercados, produzindo cenouras, batatas e cebolas.
É essencial reconhecer que a perspectiva de longo prazo das empresas familiares também reflete os valores culturais e tradicionais da família. Tais empresas têm uma abordagem empreendedora, o que proporciona maior adaptabilidade e flexibilidade durante crises econômicas para explorar novos nichos, diferentemente das grandes multinacionais.
As decisões tomadas pelos Conselhos de Família podem ser mais ágeis e menos formais. Além disso, estabelecer um relacionamento mais estreito com o consumidor final pode contribuir significativamente para a sustentabilidade do patrimônio e sua perpetuação no futuro.
A sobrevivência de uma empresa familiar está fortemente atrelada à organização, ao planejamento e à qualificação dos indivíduos que a compõem, sejam eles membros da família ou colaboradores externos. O processo de direcionamento da empresa é conhecido como Governança, tema que exploraremos em outro capítulo seguinte.
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