GRUPOS POR APLICATIVO ELETRÔNICO E A SEGURANÇA DE SUA EMPRESA

Como já sabemos, os grupos de mensagens eletrônicas se transformaram em uma poderosa ferramenta no combate à violência e à criminalidade em diversas cidades. Esses grupos em aplicativos de celular aproximam os moradores da polícia, que prontamente verificam as solicitações enviadas pelos responsáveis ou tutores desses grupos. Isso muitas vezes resulta na captura de um ou mais agentes criminosos ou pode até ajudar um morador em situação de emergência.

um-celular-conectado-com-o-mundo

Na cidade de Araraquara, também no interior do Estado de São Paulo, existem vários grupos de vizinhos que se comunicam através dos grupos por aplicativo eletrônico, e o tutor desses grupos repassa as ocorrências aos policiais. 

Estamos aqui, citando exemplos reais, lembrando que esses grupos são para comunicação entre os vizinhos, porém, o serviço da polícia é atender à solicitação de todo e qualquer morador, pois esses, grupos não substituem o auxílio prestado pelo 181 ou 190.

Sempre bom esclarecer que o serviço prestado pelo 181, é oferecido pela Polícia Civil.

“O número é utilizado para o encaminhamento de denúncias à polícia. Através do que é comunicado pelo cidadão nesse canal, de forma anônima, são feitas investigações, que podem desencadear em operações que resultam em prisões de suspeitos de tráfico de drogas e, até mesmo, a desarticulação de grupos criminosos.“

Lembrando que, por esse telefone também podem ser denunciando casos de maus tratos a idosos, abusos a menores e violência domésticas.

Já o n. 190, é o da Polícia Militar:

“É utilizado, primordialmente, em situações nas quais um crime com potencial risco à vida, ocorreu ou está em andamento, além de outras ocorrências que estão acontecendo naquele momento, como a violência doméstica e a perturbação do sossego.” 

Sempre nos amparando no Estatuto da Cidade, Lei n. 10.257/2001, temos em seu art. 1º, Parágrafo único, que:
Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental”.

O que podemos entender?

É que o Estatuto prevê que toda a cidade deve cuidar da segurança de seus cidadãos através das várias ações exercidas pelo Poder Público.
Você se lembra que mencionamos em textos anteriores que o empreendedor deve consultar o Plano Diretor de sua cidade para estabelecer seu empreendimento com segurança?

Pois é. Se a sua cidade está enfrentando um crescimento totalmente desordenado, como você conseguirá estabelecer seu empreendimento em uma rua onde o índice de criminalidade é altíssimo?

Uma ferramenta muito importante no combate à violência e à criminalidade, além dos grupos de mensagens eletrônicas, é a participação dos moradores de um mesmo bairro em ações conjuntas com a Segurança Pública do Estado.

No site da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo "http://www.ssp.sp.gov.br/conseg/" a gente pode encontrar um serviço prestado pelo Estado que pode auxiliar muito os moradores e empreendedores de um bairro. Através do CONSEG, a população em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, buscam soluções para inibir a violência nos bairros.

“Os CONSEGs foram criados através do Decreto Estadual n. 23.455, de 10 de maio de 1985, e, regulamentado pela Resolução SSP-37, de 10 de maio de 1985”. (...)

A participação da comunidade como um todo é essencial para que a parceria entre a Polícia Civil e a Polícia Militares alcançam sucesso na prevenção e no combate à criminalidade.

FLEXIBILIZAÇÃO DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO E OS DEBATES SOBRE POSSE E PORTE DE ARMAS NO BRASIL

Nos últimos anos, o debate sobre a flexibilização do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) tem ganhado destaque no Brasil, especialmente como suposta medida para conter a violência urbana e rural. Defensores argumentam que o acesso facilitado a armas de foto poderia aumentar a autodefesa, enquanto críticos alertam para os riscos de maior letalidade em conflitos e acidentes. 

Em 2019, o governo federal, por meio do Decreto n.º 9.685, simplificou a regras para posse e porte de armas, ampliando os critérios para aquisição e relaxando exigências. Posteriormente, o Decreto n.º 11.366/2023 (do atual governo) manteve parte das flexibilizações, mas revogou alguns pontos polêmicos, como a ampliação de calibre permitidos para civis.

Diferença entre Posse e Porte de Arma de Fogo

Lei n. 10.826/2003, define claramente:

  • Posse: direito de manter a arma em residência, domicílio ou local de trabalho (desde que o proprietário seja o titular ou responsável legal pelo estabelecimento).
  • Porte: autorização para transportar a arma consigo em vias públicas, exigindo justificativa específica (como profissão de risco).
A Lei nº 10.884/2004 alterou o art.5º do Estatuto, reforçando que o Certificado de Registro permite apenas a posse em ambientes privados não o porte.

“O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicilio, ou dependência desses, ou ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa”.

Ter o direito de manter uma arma em um estabelecimento comercial ou industrial é algo que deve ser muito bem analisado, já que, diante da realidade urbana, há diversos fatores que podem gerar situações jurídicas de conflitos imprevisíveis, tais como:

  • Desigualdade socioeconômica;
  • Falta de planejamento urbano eficiente, e
  • Altos índices de criminalidade.
A presença de armas pode gerar conflitos imprevisíveis, como discussões que escalam para violência ou roubos de armamento. Estudos como os do Fórum Brasileiro de Segurança Pública associam maior circulação de armas ao aumento de homicídios e feminicídios.

O tema permanece polarizado. Enquanto alguns veem na flexibilização uma solução, especialistas destacam que políticas públicas de segurança devem prioriza inteligência policial, redução de desigualdades e controle rígido de armamentos, evitando soluções simplistas para um problema complexo.

imagem-antiga-da-expansao-com-urbanização

A Responsabilidade do Poder Público Municipal no Enfrentamento da Violência Urbana.

Os municípios, enquanto entes federativos autônomos, têm a obrigação constitucional de organizar o espaço urbano e garantir o bem-estar social. Quando áreas da cidade apresentam altos índices de criminalidade - como roubos, homicídios e violência doméstica -, isso não é mero acaso, mas reflexo da omissão estatal em políticas de desenvolvimento territorial e inclusão social.

O Meio Ambiente Urbano e a Criminalidade

Como destaca José Roberto Marques, "a falta de iluminação pública na periferia é uma das causas que mais concorrem para a prática de crimes. A iluminação apresenta-se como desestímulo para a ação criminosa" ( Fonte: Jusbrasil). Essa perspectiva reforça a tese de que o tese de que o comportamento humano é moldado pelo ambiente urbano, especialmente quando este é negligenciado pelo poder público.

Se a administração municipal:

  • Não investe em saneamento básico;
  • Ignora ocupações irregulares que avançam sobe áreas de preservação;
  • Flexibiliza o Plano Diretor para beneficiar especulações imobiliárias, e
  • Despreza funções urbanísticas básicas (como mobilidade, lazer e habitação digna)
a violência se torna sintoma de um colapso estrutural, não uma mera questão de segurança pontual.

A Disfunção Urbana e Seus Efeitos

Conforme análise publicada pelo Senado Federal:

"Cidades mal organizadas amplificam a violência. Congestionamentos (falas na circulação), falta de áreas de lazer (recreação), insegurança residencial e precariedade laboral são disfunções que alimentam a criminalidade" (Fonte: Senado)

Isso evidencia que a arma não é a causa da violência, mas sim a degradação do tecido social, agravada por:

  • Urbanização excludente: Bairros inteiros erguidos em encostas ou áreas de proteção, sem infraestrutura;
  • Degradação ambiental: Várzeas de rios transformadas em zonas industriais ou habitacionais, com poluição hídrica crônica;
  • Especulação imobiliária: Planos diretor desrespeitados para privilegiar interesses econômicos de curto prazo.

Ao simplificar o debate sobre violência com a flexibilização do Estatuto do Desarmamento (via Decretos como o 9.685/2019), o poder público desvia o foco das raízes do problema:

  1. Herança histórica: Cidades construídas sob lógicas de exclusão e segregação espacial;
  2. Falta de planejamento integrado: Ausência de políticas que conciliem habitação, meio ambiente e geração de emprego;
  3. Cultura da impunidade: Tolerância a crimes ambientais e urbanísticos por parte de agentes econômicos poderosos.

POR UMA GESTAO PÚBLICA EFETIVA

A solução para a violência urbana exige abordagem multidimensional:

  • Fortalecimento do planejamento urbano participativo;
  • Investimento em infraestrutura social (escolas, postos de saúde, transporte público);
  • Fiscalização rígida contra ocupações irregulares e danos ambientais.
  • Políticas de segurança baseadas em inteligência, não em armamentismo.
Enquanto o Estado tratar a violência como questão meramente policial - e não como fruto de desigualdades estruturais - qualquer medida será paliativa.

rua-de-terra-com-casas-antigas-um-cavalo-esperando-o-dono


Assim, é possível notar como as cidades impactam a rotina das pessoas e como o planejamento urbano organizado promove uma sensação de bem-estar coletivo.

A tecnologia como Aliada da Segurança Pública: Comunicação Digital e Prevenção nos Bairros.

A integração entre tecnologia e segurança pública tem se mostrado uma ferramenta poderosa para fortalecer a prevenção criminal e aproximar a comunidade dos agentes de segurança. Um exemplo prático é a utilização de grupos em aplicativos de mensagens que conectam moradores, empresários e representantes do Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG) às autoridades locais.

Como Funcionam esse Grupos de Aplicativos?

Esses canais digitais servem como ferramentas de inteligência colaborativa, permitindo:

  1. Comunicação ágil: Moradores relatam situações suspeitas em tempo real (como veículos abandonados, vandalismos ou invasões) acelerando a resposta das autoridades.
  2. Fiscalização participativa: Empreendedores e líderes comunitários compartilham informações sobre pontos vulneráveis (iluminação pública deficiente, ruas escuras, câmeras quebradas) para exigir ações do poder público.
  3. Prevenção orientada: Agentes de segurança divulgam alertas sobre golpes, furtos recorrentes ou áreas de risco, criando uma cultura de vigilância coletiva.

O Papel do Conseg e a Gestão Pública

O Conseg, como mediador entre a sociedade e as instituições de segurança, potencializa esse grupos ao:

  • Organizar demandas: Priorizar relatos e encaminhá-los às secretarias competentes (urbanismos, guarda municipal, polícia).
  • Promover capacitações: Ensinar moradores a registrar ocorrências de forma eficaz (com fotos, vídeos e descrições precisas).
  • Integrar políticas públicas: Cobrar melhorias estruturais (como instalação de câmeras ou aumento do patrulhamento) com base em dados gerados pela comunidade.

O Empreendedor como Agente de Segurança

O setor privado tem um papel fundamental nesse ecossistema. Ao participar desses grupos, comerciantes e empresários contribuem para:

  • Manter a função social da propriedade: evitando que imóveis abandonados virem pontos de criminalidade;
  • Fomentar o empreendedorismo seguro: criar zonas comerciais vigiadas e bem iluminadas atrai clientes e reduz roubos;
  • Proteger trabalhadores: Denunciar assédio, violência ou irregularidades trabalhistas, que possam escalar para conflitos maiores.

CASOS DE SUCESSO

No Rio de Janeiro, projetos como  "WhatsApp da Paz" (vinculado a Consegs) reduziram em até 30% os furtos em bairros participantes (dados de 2022). Em São Paulo, o "Grupo de Alerta da Mooca" ajudou a desarticular esquemas de receptação através de fotos compartilhadas por moradores.

DESAFIOS E BOAS PRÁTICAS

  • Privacidade: Evitar exposição de suspeitos sem provas (para não substituir a justiça por 'linchamentos virtuais');
  • Moderação: Administradores devem filtrar fakes news e manter o foco em informações úteis;
  • Sustentabilidade: Parceiras com prefeituras para garantir que demandas virão ações concretas (ex.: reparos em vias públicas).
A tecnologia, quando aliada à participação cidadã e à gestão públlica responsável, transforma-se em um pilar da segurança preventiva. Grupos de aplicativos vinculados ao Conseg exemplificam como a colaboração entre sociedade e Estado pode criar bairros mais seguros, sem depender exclusivamente de medidas reativas (como o armamentismo). A chave está em unir inovação, fiscalização comunitária e políticas púbicas estruturais.


Referências par Aprofundamento:


Manual de Boas Práticas para Consegs Digitais. 

(MJSP, 2023)

Guia de Segurança para Empreendedores (Sebrae)


Comentários

POSTAGEM MAIS VISITADAS

MINHA CASA MEU TRABALHO

PESQUISE O MERCADO E MONTE SUA EMPRESA

RECEITA FEDERAL E O EMPREENDEDOR

QUEM FAZ AS POLÍTICAS PÚBLICAS?

O EMPREENDEDORISMO E A TECNOLOGIA

INOVANDO NO ENSINO DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL: MÉTODOS ATIVOS E CRIATIVOS

LEITURA PARA A SEMANA

Como Montar um Brechó em Casa
Como Montar um Brechó em Casa
Monte seu próprio brechó sem sair de casa. Dicas práticas e econômicas!
Saiba Mais
Oficina de costura na garagem
Será que Meu Vizinho Gosta da Minha Lojinha?
Descubra como conquistar clientes perto de você com uma loja caseira.
Saiba Mais
Tipos de Empresas
Tipo de Empresa
Entenda os tipos de microempresas e escolha a ideal para começar.
Saiba Mais
Empresa Rural
Empresa Rural
Empreenda no campo com dicas sobre legislação e incentivos fiscais.
Saiba Mais
O que fazer depois dos 50 anos?
O Que Fazer Depois dos 50 anos?
Inspire-se com histórias reais de mulheres que recomeçaram aos 50+.
Saiba Mais
Turismo Rural
Turismo Rural
Explore oportunidades no turismo rural e agregue valor à sua propriedade.
Saiba Mais
Scrapbook
Como Montar um Planner de Scrapbook
Aprenda a gerar renda fazendo artesanato.
Saiba Mais
blusa masculina de croche
Crochê
Crochê: Uma Viagem Através do Tempo e das Culturas.
Saiba Mais