ELISÂNGELA DURÃES: O CAMINHO DE UMA ATLETA

Elisângela Martinelli Souza é uma boxeadora de Mogi das Cruzes, competindo em Campeonatos Brasileiros Femininos de Elite e Juvenil, além de participar de lutas dentro e fora do Brasil.


Conquistando diversos títulos em competições olímpicas, ela foi consagrada como a quinta melhor atleta no Ranking Internacional de Boxe, representando a cidade de Mogi das Cruzes, onde desenvolveu toda a sua carreira esportiva.

Elisângela Durães, amplamente reconhecida pelo sobrenome de seu finado parceiro de vida e de ringue, o boxeador Jackson Durães, agora inicia sua jornada para expandir o boxe a todos que têm um espírito de conquista e vitória.

Na sua mais recente trajetória, Elisângela Durães almeja criar políticas públicas que aproximem o governo dos cidadãos, por meio da atuação como vereadora. Este novo desafio promete realizar o sonho desta jovem de 39 anos, que é mãe, esposa e uma lutadora incansável no seu dia a dia.

Elisângela recentemente filiou-se a um partido político em Mogi das Cruzes e, junto com uma equipe de cidadãos - Eliane, Carol, Ingrid e Evandro - aspira a conquistar um assento na Câmara Municipal para legislar em prol do esporte como elemento essencial da qualidade de vida dos munícipes.

O blogueiro O Condutor do Tempo explorou mais a fundo a história de vida de Elisângela e buscou entender suas perspectivas sobre esporte e política.

1. Quem é a mulher Elisângela Durães?

R. Sou eu uma (filha) mulher de 39 anos, mãe de três filhos, sendo uma moça e dois rapazes. Avó e esposa há 21 anos. Atleta competidora há alguns anos e com uma perspectiva de vida diferenciada.

2. Embora falemos muito sobre os direitos iguais para homens e mulheres, no esporte, as mulheres ainda sofrem várias restrições e preconceitos. Como é ser uma pugilista dentro dessa sociedade preconceituosa?

R. Nessa Modalidade, venho superando a cada passo a ideia de ser uma atleta onde este esporte sempre foi visado aos homens. O apoio era totalmente, visto ao masculino. Quando a participação do boxe feminino começou a expandir pelo Brasil, eu estava representando entre academias a prática esportiva desta modalidade. Fui a primeira mulher a treinar entre os atletas masculinos em minha cidade, e, por ser mulher e única no meio de todos era pouco observada. Para ser mais vista, com o apoio dos técnicos esportivos comecei a divulgar as competições que participava nos jornais e em programas de TV. Em 2005, fiz a minha primeira luta oficial a onde a Secretaria de Esporte do Estado de São Paulo apresentou a estreia da modalidade do boxe feminino onde estive presente pela cidade nos jogos aberto do interior. Conquistando a minha 1ª Medalha com louvor.

Obs.: No boxe feminino não havia apoio algum para as atletas participarem de campeonatos pela Confederação e tínhamos que custear nossos gastos até o local do Campeonato. O Boxe masculino ao contrário tinha total apoio.

3. Existe algum tipo de restrição em relação ao patrocínio quando direcionado ao trabalho de uma mulher? Que tipo?

R. Ao que se refere ao patrocínio, a visão entre masculino e feminino, ainda existe sim um certo diferencial, embora, tenha de melhorar com o passar dos anos por causa dos destaques e pela dedicação dos boxeadores femininos.

4. Existe um tratamento diferenciado entre a divulgação das performances de boxe feminino e masculino?

R. Não existe tratamento diferenciado entre divulgações ao meu ver. Mas, sim, entre treinamentos por não termos muitas mulheres dispostas a competir nesta modalidade, temos que treinar entre masculino onde o ponto de vista deles é sermos mais frágil.

5. Pode nos explicar como funcionam as Federações Internacionais de Boxe? E para que elas servem?

R. Cada país tem sua Confederação que cuida das Federações Estaduais. No, Boxe Olímpico, existe a confederação brasileira que é comandado pela AIBA (Associação Internacional de Boxe) que regulamenta as regras de cada Confederação, e, estas, aplicam tais regras, a cada Federação Estadual.

6. Quais são as Federações mais importantes? Qual o seu papel na carreira de uma lutadora? E o que uma mulher deve fazer para integrar uma Federação?
R. Existem duas Federações: a reconhecida nos Campeonatos oficiais através da Confederação brasileira que é a FEBESP (Federação de Boxe do e Estado de São Paulo).
Meu papel é o de defender nas competições a minha cidade meu estado e até mesmo meu País.
Treinar e se destacar entre as competições exigidas pela Federação.
7. Em Mogi das Cruzes ou região existe uma Federação de Boxe?
R. Por Mogi ser um Município, cabe a FEBESP, reger as regras, sendo ela a Federação do Estado
8. Existe diferença entre Boxe e Pugilismo? E porque você escolheu, justamente, ser uma atleta dentro dessa modalidade esportiva?
R. Pugilismo ou boxe é o esporte que usa a técnica de ataque e defesa com os punhos obedecendo determinada regras e descrições. Sendo Pugilista o nome que se dá ao praticante de boxe...
Eu escolhi está modalidade por ter tido a oportunidade de conhece-la, sendo assim, a minha profissão.
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9. Qual é o maior título dentre essas modalidades de combate?

R. O maior título é o Olímpico. O Campeonato de maior visibilidade do mundo.

10. Quantos títulos você já conquistou?

R. Minhas conquistas:

Bicampeã brasileira de Boxe;

Medalhista Internacional;

Pan Women's Boxing Championship;

Octocampeã Paulista de Boxe;

Duodecampeã do Jogos Abertos;

No campeã de kickboxing;

Campeão Paulista de Kickboxing.

Obs.: Perdi a oportunidade de ter minha participação em Campeonatos mundiais, por falta de verbas, onde eu teria que custear desde a passagens até minha alimentação e hospedagem.

11. Quais são as maiores dificuldades de um atleta de combate?

R. Uma das maiores dificuldades para o atleta é a falta de apoio financeiro, apoio entre deslocamento de transporte, nutricional, apoio médicos psicológico entre outros.

12. Você pode expressar o seu sentimento ao representar o seu Município ou o País numa competição? E de que forma o Poder Público atende as várias necessidades de um atleta em competição?

R. Para mim é uma honra poder estar representando meu estado e meu país nos principais Campeonatos, ainda mais quando estou no pódio vendo erguer a Bandeira ao som do Hino Nacional, que representa o meu país. Desde 2004, o governo vem apoiando alguns atletas que se destacam entre as modalidades, através de bolsa salário um auxilio, onde os que se destacam entre os 3 primeiros do Ranking tem o direito de receber para custear uma parte de seus gastos pessoais. (Bolsa atleta).

13. Você já foi discriminada alguma vez pela Federação, ou equipe competidora, cidadãos comuns ou até mesmo pela cidade que representa? Se isso já te ocorreu como você superou esse impasse?

R. Não nunca houve descriminação da minha pessoa, em parte a algumas.

14. O Município que você representa reconhece o seu desempenho profissional? E, colabora com ajuda financeira de viagens, hospedagem, alimentação, entre outras necessidades básicas de um atleta em competição fora da cidade?

R. Sim, o Município, reconhece o esforço de cada um dos atletas. E, quando há um destaque profissional, passamos a receber um valor em ajuda de custo onde cada atleta utiliza em seus gastos pessoais, sendo que este valor é somente para representarmos nos jogos abertos do Interior. Onde para eles é o mais importante, tanto no caso de viagens e hospedagem fora da cidade fica por conta dos próprios atletas.

15. Como você recebe as novas atletas dessa modalidade e como vê o futuro dessas jovens?

R. A chegada, de novas atletas, só vem a fortalecer e ampliar um trabalho de longos percurso e com o apoio de todos juntos e também, do Poder Público, tendo como enriquecer a cada caminhada ao esporte seja qual for sua modalidade.

16. Atualmente, você está ministrando aulas pela Secretaria de Esporte do município. Existem investimento em material didático e áreas esportivas para atender aos jovens da periferia ou esses jovens tem que se locomover até o centro urbano para treinarem?

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R. A Secretaria de Esporte, vem apoiando com grandes iniciativas, mas ainda falta muito para atingirem a perfeição com grandes proporções. Minhas aulas são administradas em um local adaptado à onde os professore (eu) precisão ser criativos para desenvolver suas atividades. Cada aluno precisa sim, se locomover até a área de treinamento.

17. Como o Município tem atuado para levar o esporte de combate até os jovens ou adultos interessados em ter uma qualidade de vida melhor através de atividades esportivas como o boxe? 

R. Através do Conhecimento dos atletas competidores e de seus técnicos, o Município, vem visando está modalidade nos centros esportivos das áreas urbanas onde as pessoas interessadas se deslocam até o local de aprendizado. Mas, se esquece de atender a periferia, onde o custo de renda é mais baixo, o que impossibilita essa população de participar das atividades esportivas.

18. Você recentemente filiou-se a um Partido Político. É sua intenção tornar-se Vereadora mogiana? Por que você tomou essa decisão?

R.  Sim. Me filei a um partido através do convite que me fizeram. E, vendo o final de minha carreira como atleta, e, devido a toda experiência que adquiri ao decorrer da minha vida profissional esportiva, pretendo procurar maneiras de proporcionar a todos uma oportunidade onde minha experiência caiba como exemplo de: vida.

19. Qual será o seu papel como legisladora em relação ao esporte de combate dentro de nosso município?

R. Criar novas maneiras de sanar as dificuldades que venho observando ao longo dos anos dentro do esporte.

20. O que você acha da participação feminina na política?

R.  Será uma maneira de sermos mais observada e acabarmos com esse machismo. Pois o lugar de mulher é onde ela quiser.

21. Quais são suas palavras para estimular as mulheres a tomarem posicionamentos em relação as atividades políticas e ações de cidadania?

R. Uma boa forma de fazermos as mulheres vivenciar mais na política e dando a elas o espaço onde até agora a maioria cabe aos homens e, se a cidadania, é um conjunto de direito de todos, vamos usufruir do nosso direito de mulher.

22. Em relação ao esporte e ao Município de Mogi das Cruzes, o que, Elisângela Durães, poderá fazer para as gerações futuras?

R. Em relação ao esporte pretendo fazer valer o direito à cada cidadão a igualdade dentro do município. Olhar com mais visão aquela que não tem uma renda que possa trazer a cada um a sua dignidade, pretendo para as novas gerações dar condições melhores para a pratica do esporte profissional, enfim, tentar dar de tudo o que eu não tive no passado.

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