A MULHER E A HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO

Entre as civilizações da antiguidade encontramos relatos de mulheres que desfrutavam das mesmas condições dos homens como ocorria na Ilha de Creta. Com mulheres sacerdotisas, fiandeiras, pugilistas, caçadoras ou toureiras. Em Esparta, onde as mulheres poderiam disputar torneios esportivos e até de guerras.
Entretanto, a realidade das mulheres em outras civilizações da antiguidade, como Atenas, era bem diferente, apenas as mulheres de famílias pobres poderiam trabalhar no mercado ou no campo.
Sabemos muito pouco da história de muitas mulheres que passaram pela história, justamente, por falta de pesquisas ou estudos a respeito do universo feminino.
Alguns autores consideram que a mulher foi perdendo o seu papel no cenário social da evolução da humanidade a partir do momento em que os clãs passaram a cultivar a terra. Outro fator que contribuiu para minimizar a participação da mulher na sociedade esta na própria origem na vida, ou seja, na diferença sexual e no ato da concepção de uma nova vida, retirando da mulher o poder divino de gerar uma vida em seu ventre, agora o homem tinha a consciência de que o ato de fecundar a terra era seu e não mais da mulher.
Com a estabilidade dos clãs, a criação do arado para cultivar a terra e a agricultura florescendo com o plantio de novas espécies para suprir a necessidade alimentar dos membros desse núcleo humano.
Também surgir às primeiras aldeias, depois as cidades, os primeiros Estados e posteriormente os Impérios e países.
A procura de novas terras férteis para o cultivo desenvolve novos sentimentos nos membros dos clãs, a cobiça, a arrogância, a prepotência geram a dominação dos mais fracos, com a consequente escravidão e o poder do mais forte.
A dominação pelo mais forte gerado pelo fator genético faz com que a mulher seja subjulgada a uma nova forma de submissão, controladas por seus companheiros, e pela dominação de uma sociedade machista.
Essa também foi à maneira que os homens do início das civilizações encontraram para garantir a manutenção das famílias, e o direito da posse e da propriedade das terras férteis.
Começam a surgir às primeiras regras codificadas para manter a ordem social, econômica e jurídica.
Para a mulher, esses novos regramentos são muito mais severos, no ano de 2000 a.C., na Mesopotâmia, o matrimônio era tido como o direito de adquirir uma esposa, e, caso esta, não se sentisse feliz com a sua condição de mercadoria, a pena que lhe era imposta era a morte, fosse por seu afogamento ou lançamento de seu corpo de pontos altos da cidade. Outra pratica comum contra a mulher ocorria quando não pudesse ter filhos, o esposo poderia encontrar uma nova esposa. Tais punições variavam de acordo com a classe social de cada família. Dependendo da região a violência contra as mulheres era praticada de forma sempre cruel, mas de acordo com a vontade de seu algoz, no caso: sempre o marido.
Desde os primórdios a mulher desenvolveu o papel de mantenedora do espaço doméstico, então, a ela também pertencia o dever de zelar pela saúde dos membros da família. Assim, sendo, a medicina derivava do conhecimento de encontrar na natureza ervas ou substancias medicinal para a cura das enfermidades. E, esse papel foi amplamente desenvolvido por mulheres até a chegada da idade das trevas com as fogueiras e a caças as bruxas, mulheres foram esmagadoramente assassinadas em nome de uma idolatria sem limites provocados pelo poder econômico em nome de uma Igreja Suprema e dominadora.  
Podemos considerar que entre os Séculos XIV e XVIII, ocorreu um verdadeiro holocausto de mulheres, com todos os graus de violência física, moral e psicológico, com requintes de crueldade o massacre coletivo foi praticado contra vítimas de uma perseguição econômica e política para a conquista de novas riquezas. Em nome do poder da supremacia masculina na disputa da propriedade de novos terrenos e riquezas.
A estimativa da violência cometida nesse período é de que 85% das pessoas executadas por bruxarias tenham sido mulheres de todas as idades. Talvez este seja o episódio mais cruel e violento praticado contra a mulher, que delimitou a sua influencia na sociedade e a reduziu durante os séculos seguintes a apenas uma figura sem direitos e vontades própria e individualizada.
Anos de intensa subcondição humana sob forte pressão psicológica e moral fizeram com que as mulheres fossem isoladas de qualquer processo político, social, cultural e jurídico, tornando-as mero objeto de seus proprietários, ou seja, seus esposos.
Existem sim, relatos da participação feminina no fabrico de armamentos e munições, durante as Guerras Santas acontecidas durante o período medieval. E de uma mulher que comandou o exército Frances durante a Guerra dos Cem anos, Joana D’arc.
Durante a chamada Idade Média algumas mulheres ocuparam papéis fundamentais para a econômica, quando da ausência do marido, conduziam seus negócios, e, algumas conseguiram manter uma profissão como professora, médica, boticária, tintureira, copista, miniaturista, encadernadoras, arquitetas, abadessas e rainhas. Algumas entre essas mulheres detiveram o direito de voto nas comunas burguesas. Entretanto, as servas trabalhavam tanto quanto um servo.
O que demonstra que a mulher ocupava posição nas relações de trabalho, embora, pouco direito detinha juridicamente.
Após o casamento, o seu marido, passava a ter a posse de seu corpo, podendo fazer o que bem lhe interessava, desde agressões físicas até castigos psicológicos e ameaças moral.


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