O QUE É MOBILIDADE URBANA?

LEVE SEU TRABALHO PARA CASA

As pessoas se locomovem de um local para outro utilizando diversos meios de transporte, que podem funcionar à base de combustão ou propulsão. Esses deslocamentos acontecem tanto durante o dia quanto à noite, podendo ser diários ou esporádicos.

Em algumas cidades, o deslocamento pode ser mais ágil, enquanto em outras, a rapidez, qualidade e infraestrutura adequada para satisfazer as demandas e necessidades dos cidadãos pode ser quase impossível. 

Isso geralmente depende do comprometimento dos gestores públicos em aprimorar os equipamentos urbanos para servir melhor a população. 

Infelizmente, o desenvolvimento urbano e a melhoria da mobilidade frequentemente dependem da eficiência dos agentes políticos.

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Em alguns países a mobilidade urbana serve de inspiração para outros países, que oferecem transporte público de qualidade para incentivar a população a deixar de utilizar o transporte individual dentro da garagem de sua casa. Os gestores políticos promovem também atividades educativas e informativas para incentivar a redução do uso de veículos particulares nas vias urbanas, incentivando o uso dos diversos modais disponíveis, incluindo ciclovias e ciclofaixas.

Infelizmente, em certas cidades, os administradores públicos ainda anunciam obras como se fossem 'presentes' de suas gestões para a população, realizam festividades e discursos intermináveis de autopromoção, esquecendo-se completamente de que sua verdadeira função é cumprir as obrigações legais estabelecidas por uma legislação administrativa intensa e bem estruturada que assegura e protege a promoção do bem-estar social.


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Nas cidades do Brasil, os equipamentos e meios de transporte públicos não evoluíram no mesmo ritmo que o crescimento urbano. Além disso, as ações resultantes da implementação de políticas públicas para áreas urbanas não priorizaram o desenvolvimento e a adoção de meios de transporte modernos e sustentáveis. Em vez disso, prevaleceu o uso do modelo tradicional de transporte público do início do século XX, caracterizado pelo 'ônibus coletivo' superlotado e obsoleto.

A conexão do centro urbano com os bairros periféricos tornou-se ainda mais problemática. Os municípios, ao priorizarem um único tipo de transporte (ônibus), perpetuam um zoneamento que segrega economicamente, deslocando indústrias para áreas isoladas. Essa logística falha em beneficiar os bairros residenciais, que também se encontram distantes das zonas comerciais, resultando em um deslocamento caótico de pessoas e veículos pelos diversos polos produtivos da cidade. Isso acaba por isolar ou mesmo extinguir comunidades em localidades vulneráveis, transformando-as em áreas de risco, onde a falta de segurança é agravada pela ausência de saneamento básico, postos de saúde, iluminação pública e outros equipamentos urbanos essenciais, especialmente a integração entre diferentes modais de transporte.

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A ausência de equipamentos urbanos e a falta de estrutura para a integração dos modais, com plataformas de embarque e desembarque descentralizadas, tornam a rotina do transporte exaustiva e prolongada. Essa realidade diária afeta negativamente a vida social e a saúde dos trabalhadores.

A Constituição Federal do Brasil estabelece que a segurança viária inclui ações que “garantam ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente” (artigo 144, parágrafo 10, inciso II). No entanto, algumas municipalidades parecem negligenciar essa obrigação de assegurar a segurança viária dos cidadãos, priorizando as demandas das concessionárias de transporte em detrimento das necessidades dos usuários, especialmente na conexão entre bairros periféricos e centros urbanos. A distância do bairro tende a complicar ainda mais a oferta de serviços públicos de transporte.

Quanto mais complexa for a organização da mobilidade urbana em um município, maiores serão os congestionamentos nas vias principais, especialmente em cidades históricas com ruas estreitas que dificultam o trânsito de veículos, principalmente os de transporte coletivo. A falta de espaço para corredores exclusivos para ônibus agrava a situação. Essa realidade resulta na exaustão dos trabalhadores que são forçados a enfrentar longas horas em deslocamentos diários.

O tempo e as condições do deslocamento urbano afetam significativamente a qualidade de vida dos habitantes, intensificando a demanda por serviços de saúde. Este é um aspecto que, em muitas cidades, se mostra deficiente e ineficaz.

“Cerca de 1,6 milhão de brasileiros ficaram em estado grave em decorrência de acidentes de trânsito na última década”.

Os acidentes de trânsito representam um custo anual de 1%, 2% ou até 3% do Produto Interno Bruto (PIB) nos países em desenvolvimento.

Nos EUA, uma análise da Administração da Segurança do Transito nos Estados nacionais, concluiu que os principais custos em decorrência de acidentes de trânsito, correspondem ao dano de propriedade (33%), perda de produtividade no trabalho (29%), despesas médicas (10%), e perda de produtividade no lar (8%), (CDC,1993).

Aprimorar a infraestrutura urbana entre os centros urbanos e os bairros é essencial para garantir uma mobilidade saudável aos moradores da periferia que dependem do trabalho presencial. 

Alternativamente, expandir as atividades econômicas que permitam ao trabalhador permanecer na periferia pode ser alcançado por meio do fomento ao empreendedorismo, turismo rural, agronegócio e trabalho remoto nas relações contratuais de trabalho.

Com o agravamento da pandemia, a adoção do home office, o desemprego e o trabalho remoto, muitos municípios observaram um movimento de pessoas deixando os grandes centros urbanos em busca de áreas mais distantes ou retornando para suas cidades de origem.

Em 2020, o mercado imobiliário experimentou um aumento na demanda por imóveis com áreas maiores, incluindo jardins e quintais. Muitas famílias optaram por deixar as grandes cidades em busca de propriedades em locais mais afastados dos centros urbanos, seja devido ao alto risco de contágio da doença ou pela necessidade de mais espaço durante o confinamento enquanto trabalhavam remotamente.

A busca por um novo imóvel de área ampla deve seguir critérios atualizados de avaliação, atendendo à necessidade de proximidade a mercados, farmácias, áreas de lazer e uma infraestrutura que satisfaça as demandas do novo morador que procura por um imóvel para trabalhar e residir. Esse novo proprietário possui necessidades diferentes daquele que adquire imóveis em área de expansão urbana.

Investir em imóveis corresponde, de acordo com o presidente da Abrainc, Luiz Antônio França, em entrevista à Radio Jovem Pan , o mercado de imóveis entre 2009 e 2019, a ter um rendimento igual a Selic.

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O setor imobiliário está em transformação devido aos novos modelos de trabalho introduzidos pela Revolução 4.0. 

O trabalho ocorre onde o trabalhador ou prestador de serviço se encontra, o que nos leva a considerar que este novo modelo produtivo impactará diretamente no conceito tradicional de lar, como um ambiente familiar ou de descanso, para um de pertencimento. 

Com essa mudança nas relações de trabalho, o "lar" passa a ser parte da rotina laboral, e o trabalho deixa de ser propriedade do empregador e passa a pertencer à coletividade, ampliando as escolhas para a sociedade. Isso apresenta um novo desafio para as políticas públicas, tanto no desenvolvimento urbano quanto nas novas abordagens das relações de trabalho, exigindo mais desenvolvimento pessoal, autoconhecimento, autocuidado e inteligência emocional tanto dos trabalhadores quanto dos empregadores.

Com a mudança nos hábitos de trabalho, a Quarta Revolução Industrial trouxe ao trabalhador a necessidade de se autoavaliar e valorizar sua individualidade e qualificação profissional, tornando a relação de trabalho mais humanizada.

O profissional que trabalha remotamente procura residências em bairros tranquilos, áreas arborizadas, com ar puro, espaço para escritório, três a quatro quartos, jardins e quintais adequados para crianças e animais de estimação, piscina, espaço para academia, além de praças, parques e ciclovias nas proximidades. De fato, são propriedades mais sofisticadas.

O Impacto do Trabalho Remoto na Mobilidade Urbana e na Dinâmica das Cidades

AA adoção em massa do trabalho remoto está transformando significativamente a mobilidade urbana e a dinâmica das cidades. As empresas, que antes concentravam suas operações em grandes escritórios urbanos, estão cada vez mais adotando o modelo de home office, o que afeta diretamente o transporte, o planejamento urbano e a qualidade de vida dos cidadãos. Neste artigo, exploramos como o home office e o trabalho híbrido estão transformando as cidades e como isso influencia a vida das pessoas. 

1. REDUCÇÃO DO TRÁFETO E DA POLUIÇÃO NAS GRANDES CIDADES

Com a queda expressiva no número de trabalhadores que se deslocam diariamente para escritórios no centro das cidades, observamos uma redução no tráfego de veículos. Essa mudança diminui os congestionamentos e, consequentemente, reduz a emissão de gases poluentes. Cidades com maior adesão ao trabalho remoto, como São Paulo e Rio de Janeiro, já relataram melhorias na qualidade do ar e na mobilidade urbana.

Al´me disso, menos tempo perdido no trânsito significa maior produtividade e mais tempo disponível para atividades pessoais e familiares. O impacto positivo do home office na qualidade de vida das pessoas é inegável, especialmente para quem mora em grandes centros urbanos onde o trânsito pode ser exaustivos.

2. DESCENTRALIZAÇÃO URBANA E A EXPANSÃO PARA ÁREAS SUBURBANAS

A possibilidade de trabalhar de qualquer lugar, proporcionada pelo trabalho remoto, tem estimulado muitas pessoas a de mudarem para áreas suburbanas ou até mesmo regiões rurais. Antes restritos ao ambiente urbano por conta da proximidade com o trabalho, muitos profissionais agora buscam locais com menor  custo de vida e maior contato com a natureza. Isso provoca uma descentralização urbana, transferindo a demanda imobiliária e de serviços para regiões que antes não receberiam tanta atenção.

Com essa migração, novas áreas residenciais e comerciais estão se desenvolvendo, impulsionando a economia local e criando oportunidades em setores como construção, serviços e comércio. A descentralização também pode aliviar a pressão sobre o mercado imobiliário das grandes cidades, promovendo uma distribuição mais equitativa da população.

3. MUDANÇAS NA INFRAESTRUTURA DE TRANSPOTE

A redução no uso de transporte público nas cidades pode levar a uma readequação dos investimentos em mobilidade urbana. Com menos passageiros no ônibus, trens e metrôs durante os horários de pico, o foco da infraestrutura de transporte pode murar para áreas suburbanas e rurais, que agora abrigam uma população maior. O transporte intermunicipal por exemplo, pode se tornar mais demandado, exigindo melhorias em estradas e sistemas de transporte coletivo de longa distância.

Além disso, a adoção de soluções de mobilidade sustentável, como o uso de bicicletas e veículos elétricos, ganha ainda mais força nesse novo contexto. As cidades podem se beneficiar ao investir em ciclovias e incentivar o uso de transportes que gerem menos impacto ambiental, promovendo uma mobilidade urbana mais ecológica. 

4. POPULARIZAÇÃO DE ESPAÇOS DE COWORKING E TRABALHO HÍBRIDO

Embora muitos profissionais tenha se adaptado ao home office, nem todos querem trabalhar exclusivamente de casa. Por isso, os espaços de coworking têm se popularizado como alternativa práticas para quem busca um local estruturado, com infraestrutura de escritório, mas sem os deslocamentos diários para o centro da cidade. O crescimento desses espaços em bairros residenciais ajuda a reduzir ainda mais a necessidade de grandes deslocamentos.

O trabalho híbrido, que combina dias no escritório com dias de home office, também impulsiona o mercado de coworking, já que oferece maior flexibilidade. Os coworking oferecem espaços colaborativos e tecnológicos que atendem às necessidades de quem prefere não ficar confinado em casa, mantendo um ambiente social e criativo sem a rigidez do escritório tradicional.

5. REPENSANDO O PLANEJAMENTO URBANO E A MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

Com as mudanças na dinâmica de moradia e transporte, surge a necessidade repensar o planejamento urbano. As cidades precisam se adaptar a essa nova realidade, criando mais espaços públicos, áreas verdes, ciclovias e promovendo mobilidade sustentável para uma população que não está mais concentrada em áreas centrais.

A criação de bairros autossuficientes, com serviços e comércio próximo às áreas residenciais, pode se tornar uma prioridade para o planejamento urbano moderno. Além disso, o incentivo ao uso de energias renováveis e à construção de espaços de convivência e lazer será essencial para manter o bem-estar da população.

CONCLUSÃO

A transição para o trabalho remoto está provocando mudanças significativas nas cidades, impactando a mobilidade urbana, a infraestrutura de transporte, o mercado imobiliário e o planejamento urbano. A redução do tráfego e da poluição, a descentralização urbana e o crescimento de novos polos residenciais e comerciais são apenas alguns dos efeitos dessa nova forma de trabalhar. o futuro das cidades depende de políticas públicas integradas e de um planejamento urbano inteligente que aproveite as oportunidades trazidas pelo trabalho remoto, promovendo o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o bem-estar social.


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