TIPOS DE FEIRAS
No Capítulo anterior, falávamos sobre a origem das feiras que se desenvolveram a partir do século XI, no final da Idade Média.
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Imagem gerada por Copilot -IA |
Essas feiras foram fundamentais para estimular o comércio e a circulação de mercadorias, o que ajudou a reestruturar a economia das vilas (burgos), que estavam se desenvolvendo e dando origem à nova classe social da burguesia.
As estradas da época, ruins e perigosas, dificultavam a logística tanto para entregar as mercadorias quanto para os consumidores alcançarem esses pontos de venda, com o tempo passaram a ser melhoradas.
Em muitas cidades brasileiras o espaços destinados para férias são precários e as estradas, péssimas.
Nas feiras medievais, havia uma grande variedade de produtos à venda: desde produtos agrícolas, como cereais, frutas, legumes, carne e laticínios, produtos artesanais, como tecidos, roupas, joias, móveis e utensílios domésticos, e produtos exóticos, como especiarias, perfumes e sedas.
As feiras medievais não só estimularam o comércio, mas também favoreceram o desenvolvimento de outras atividades econômicas, como a indústria e o transporte. Além disso, elas foram importantes para a difusão de novas tecnologias e ideias.
Também tiveram papel fundamental na transição da economia feudal para a economia capitalista.
Elas ainda contribuíram a criar um mercado único na Europa e a estimular o desenvolvimento do comércio e da indústria.
Neste Capítulo vamos discutir as características das feiras livres e seus principais tipos.
Esse mercado popular, que até hoje é chamado de feira livre, é uma tradição que se mantém não só no Brasil, mas em vários lugares do mundo.
As feiras livres modernas oferecem uma variedade de produtos, que vão desde alimentos frescos até automóveis, navios, imóveis e outros objetos e produtos.
As feiras livres também têm uma característica muito peculiar em relação a interação social e cultural. São também um importante espaço de convivência e de troca de saberes.
Elas são um símbolo da cultura urbana no mundo todo e uma importante fonte de abastecimento e desenvolvimento econômico dentro das cidades.
As feiras livres são eventos urbanos que ocorrem em espaços públicos ou privados, onde se vendem em bancas ou barracas alimentos e produtos com preços mais acessíveis, em um ambiente mais informal do que os supermercados ou shoppings.
Uma vantagem das feiras feiras livres é que elas costumam ter um clima animado e de comunidade, onde as pessoas se encontram não só para fazer compras, mas também para conversar e aproveitar as atividades culturais.
As feiras livres são um espaço de convivência e troca de saberes, elas representam um importante local para os candidatos se aproximarem do eleitorado. Ao visitarem as feiras livres, os candidatos têm oportunidade de se apresentar aos eleitores, ouvir suas demandas e promover soluções para os problemas que eles enfrentam.
Eles também podem aproveitar a oportunidade para tirar fotos com o eleitor. No entanto, isso não passa de uma estratégia comum utilizada por anos em períodos eleitorais. Dessa forma, esse candidatos se promovem através do eleitor que acredita estar tirando foto ao lado de uma celebridade. Essa celebridade, por sua vez, objetiva ter a divulgação de sua imagem também nas redes sociais do fotografado.
Uma forma de exercer a cidadania é acompanhar com atenção as promessas dos candidatos políticos, enquanto saboreia um caldo de cana e um pastel de palmito, e analise bem as suas propostas.
MODALIDADES DE FEIRAS
Cada tipo de feira tem o seu próprio charme e atrai diferentes públicos para diferentes tipos de negócios.
FEIRAS LIVRES
Como vimos até aqui, as feiras livres são eventos urbanos que acontecem em áreas públicas ou privadas, para vender em bancas ou barracas alimentos e produtos por preços mais acessíveis e, numa ambiente mais informal como são os supermercados ou shoppings.
As feiras livres, são equipamentos público/urbano, denominados de espaço de uso comum de todos.
No Brasil, as feiras livres são reguladas por leis municipais. Essas leis, em geral, definem os dias e horários de funcionamento, os tipos de produtos que podem ser comercializados e as normas de uso do espaço pelos feirantes e consumidores.
Em geral, as regulamentações municipais, estabelecem:
- o horário de funcionamento das feiras é de segunda a sábado, das 7h às 15hs. Porém, esse horário pode mudar conforme a cidade e o local onde a feira acontece. Recomenda-se conferir o horário específico da feira que você quer ir para não ter problemas. Além disso, algumas feiras podem ser canceladas ou adiadas por causa do clima ou a eventos.
Nas cidades litorâneas, algumas feiras ter horários diferentes, por exemplo na cidade de Praia Grande, no estado de São Paulo, as feiras livres costumam funcionar das 6h às 13h, de terça a domingo.
Além disso, nas cidades litorâneas, há feiras de artesanato tradicionais, que serão abordadas mais à frente. Elas funcionam das 16h às 23h nos dias úteis e das 11h às 19h nos fins de semana.
Os produtos que podem ser vendidos nas feiras livres em geral são: os alimentícios, como frutas, legumes, verduras, carnes, peixes, aves, etc. e também roupas, calçados, utensílios domésticos, etc.
Para garantir a usabilidade do espaço, o município deve definir as condições mínimas para o trabalho dos feirantes e para a circulação dos consumidores. Por exemplo: criando normas que possam exigir que os feirantes tenham licença para vender produtos, ou que os consumidores usam máscaras e respeitem o distanciamento social, ou não poluam o espaço público, entre outros requisitos formais.
Desde 1965, as feiras na cidade de São Paulo acontecem terça a domingo. As segundas-feiras são reservadas para o descanso dos feirantes. Regulamentadas por um decreto do, então, prefeito Washington Luís, as feiras livres já eram uma prática informal nos bairros da capital paulista.
As leis municipais também podem estabelecer regras específicas para feiras livres em áreas turísticas ou históricas.
Por exemplo: as leis podem exigir que as feiras livres seja decoradas de forma tradicional, ou que os feirantes vendam produtos típicos de sua região.
É importante regulamentar as feiras livres para garantir a segurança e a qualidade dos produtos vendidos, além de preservar o espaço público.
Algumas administrações municipais optaram por remover as feiras livres das ruas e transferi-las para áreas públicas ou privadas que possam atender à logística urbana, contribuindo com a função social e comercial das feiras para os empreendedores e consumidores.
Vários fatores justificam essas medidas, incluindo:
- melhoria da mobilidade urbana: as feiras livres nas ruas podem causar congestionamentos e atrapalhar o tráfego de veículos;
- aumento da segurança: as feiras livres nas ruas podem ser um alvo de criminosos. Ao serem retiradas das ruas, as feiras livres podem ajudar a aumentar a segurança dos feirantes e dos consumidores;
- melhoria de higiene: as feiras livres nas ruas podem geram lixo e sujeira. Ao serem retiradas das ruas, as feiras podem ajudar a melhorar a higiene do ambiente, e também da segurança higiênica para os próprios feirantes que passam a ter banheiros e lavabos para utilizar durante o período de funcionamento das feiras;
Uma possível vantagem de remover as feiras livres das ruas é que isso pode contribuir para aprimorar a logística urbana, a segurança e a higiene do local, beneficiando tanto os empreendedores quanto os consumidores.
No entanto, isso pode trazer alguns desafios, tais como:
- Redução da visibilidade: as feiras livres nas ruas são mais visíveis do que as feiras livres em áreas públicas ou privadas fechadas e distante dos centros urbanos.
A remoção das feiras livres das ruas pode diminuir a sua exposição, afetando negativamente o comércio local e a renda dos feirantes;
- Aumento dos custos: as feiras em áreas públicas ou privadas podem exigir custos de aluguel ou de manutenção;
- Resistência dos feirantes: alguns feirantes podem resistir à retirada das feiras livres das ruas, pois acreditam que isso poderá prejudicar o seu negócio;
As administrações municipais que pretendem remover feiras livres das ruas devem considerar com atenção os benefícios e os desafios que essa ação poderá trazer e o efeito social que ela terá para a comunidade, feirante e consumidores.
Além do mais, a administração pública municipal deve providenciar, ao transferir as feiras livres das ruas, um espaço com uma infraestrutura adequada às necessidades dos feirante e dos consumidores, tais como:
- instalações elétrica para as barracas;
- banheiros e locais para higienização pessoal;
- recolhimento e encaminhamento adequado para o lixo;
- sinalização e áreas de circulação, entre outros.
Às vezes, a prefeitura precisa transferir esse equipamento de áreas mais centrais para regiões mais afastadas.
No entanto, é preciso ter em mente que as feiras livres são essenciais para a economia local e para a vida comunitária.
No entanto, é preciso ter em mente que as feiras livres são essenciais para a economia local e para a vida comunitária.
Assim, o impacto sobre os vendedores e os compradores deve ser considerado em qualquer decisão de remanejamento.
O entorno de uma feira realizada na rua é quase sempre impactado, pois, quando as feiras são transferida de local, pode direta ou indiretamente impactar a economia local.
A circulação de consumidores pela região das feiras diminui, causando uma ruptura das relações de networking, e de negociações realizadas nas áreas periféricas e entre os comerciantes com seus consumidores.
Em São Paulo, há mais de 800 feiras livres que oferecem não só produtos frescos, mas também feiras gastronômicas onde se pode degustar comidas de diversas regiões do país ou do mundo.
As feiras mais tradicionais são da Feira da Liberdade, e a Feirinha Gastronômica em Pinheiros e da República.
As feiras são expressões da cultura e da história de um povo, e um exemplo disso é a feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
As feiras são expressões da cultura e da história de um povo, e um exemplo disso é a feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
Sua origem remonta a história da chegada dos migrantes vindos das cidades da região nordeste do país no Estado do Rio de Janeiro.
Com o tempo, estabeleceu-se um sistema de trocas de encomendas e vendas de produtos, no mercado informal.
A Feira de São Cristóvão é um importante ponto turístico e de negócios, onde os consumidores podem comprar, comer e se divertir. Com quase 700 barracas, tem um estacionamento para 800 veículos e recebe mensalmente, mas de 300 mil pessoas que dançam o forró, xote, baião, xaxado, repente, embolada, martelo, arrasta-pé, maracatu e comem muito.
Outro exemplo é da feira do bairro da Ribeira, no centro antigo de Natal, no Rio Grande do Norte.
Graças a revitalização dos centros históricos através de ações culturais a feira se tornou um importante atrativo turístico e cultural.
Outros exemplos de feiras livres consideradas patrimônio cultural e histórico no Brasil são:
- Feira de Caruaru (PE): A maior feira livre da América Latina, com mais de 20 mil barracas que vendem produtos de todos os tipos desde alimentos até artesanato.
- Feira de Campina Grande (PB)
Uma das feiras mais populares do Nordeste, com mais de 10 mil barracas que vendem produtos locais, como queijos, carnes e cachaça;
- Mercado Ver- o - Peso (PA): Um dos mercados mais antigos do Brasil, com mais de 400 anos de história. É um importante centro comercial de produtos regionais como frutas, peixes e açaí.
Essas feiras são reconhecidas como patrimônio cultural nacional por preservarem a cultura e tradição local, além de contribuírem com a economia da região.
Citando outros exemplos, podemos encontrar feiras livres que mantém a tradição e a cultura de um povo e ainda estimular a economia nas seguintes cidades fora do Brasil:
- Shilin Night Market, Taipei, Taiwan: um dos maiores e mais famosos mercados noturnos do mundo, com quase 600 barracas que vendem de tudo, desde comida a roupas.
Esse mercado é composto por duas partes distintas que têm uma relação simbiótica: uma parte que ficava no antigo prédio do Mercado Shilin, onde há vendedores de comida e pequenos restaurantes; e, os negócios e lojas ao redor que vendem outros itens que não são de alimentação.
- Grand Bazaar, Istambul, Turquia: um dos maiores e mais antigos mercados cobertos do mundo, com mais de 3.000 lojas que vendem de tudo, desde especiarias a tapetes.
O Grand Bazaar é conhecido por ser o melhor lugar para fazer compras e um destino incrível para turistas de todos os lugares do mundo. Um labirinto de corredores entre lojas que exalam beleza e magia pura.
- Mercado de Camden, Londres , Inglaterra: um mercado popular de rua que vende de tudo, desde comida a roupas vintage.
Camden Town, está localizada no centro-norte de Londres, famosa pelo seu mercado de artesanato, aberto no início dos anos de 1970.
O Distrito de Camden Town é conhecido internacionalmente por conta dos seus mercado: Camden Lock Market, Camden Market, Stables Market, Camden Lock Village e inverness Street Market. Também existe o mercado indoor, Eletric Ballroom.
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Apresentado pelos organizadores como uma comunidade, o Camden Market tem mais de 1000 atrações a escolher. Ele abre os dias, mas nem todas as lojas abrem diariamente, somente nos finais de semana você pode ver o mercado funcionando plenamente.
- Mercado de La Boqueria de Barcelona, Espanha: um mercado histórico, que vende de tudo, desde grutas e legumes até carnes e peixe.
Desfrute dos produtos que se encontram no primeiro mercado municipal de Barcelona, municipal de Barcelona, aberto em 1840, no dia de Sant Josep. Nas suas bancas há vinhos, carnes, frutas, artesanato, peixes frios, refeições prontas, além de muitos bares e restaurantes. m suas barracas podemos encontrar vinhos, carnes, frutas, artesanato, peixes, fiambres, pratos prontos, muitos bares e restaurantes.
- Mercado de Pulgas de Saint - Ouen, Paris, França: um mercado de pulgas popular que vende de tudo, desde antiguidades a roupas vintage.
Marché aux Puces de Saint-Ouein, também conhecido por mercado de Pulgas de Paris é o maior mercado de antiguidades do mundo, recebendo cerca de mais de 5 milhões de visitantes por ano.
As feiras são um importante segmento da economia, pois elas contribuem para a geração de empregos diretos e indiretos.
Esses empregos podem ser temporários, dependendo do evento ou permanentes, isso é mais comum nas feiras livres, pois que, os expositores contratam funcionários para vender seus produtos em várias barracas em feiras diferentes.
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As feiras não apenas criam empregos, mas também incentivam o comércio local, possibilitando o contato direto entre quem produz e quem consome.
As feiras livres e outros tipos de feiras contribuem indiretamente para o desenvolvimento do comércio nas áreas próximas a esses eventos.
As feiras servem também como uma espécie de plataforma para pequenos produtores e empreendedores mostrarem seus produtos e serviços, o que pode ser muito vantajoso aqueles que estão iniciando seus negócios.
Os empregos diretos como pode se perceber são os dos funcionários das barracas, dos feirantes.
Os empregos indiretos gerados pelas feiras, estão ligados aos fornecedores dos feirantes como: empresas de transporte, alimentação, limpeza, segurança, entre outros.
Esses empregos são necessários para que as feiras funcionem de forma eficiente.
As feiras também podem gerar os chamados empregos induzidos, que são oferecidos por empresas ou serviços que se beneficiam desses eventos. Por exemplo: um hotel que contrata mais funcionários para atender aos visitantes de uma feira.
Um estudo realizado pelo Sebrae em 2022, mostrou que as feiras brasileiras geram cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos. Esse mesmo estudo mostrou que o setor de feiras é responsável por um faturamento anual de R$ 100 bilhões de reais. (Fonte: Relatório de Tendências do Setor de Feiras e Eventos 2022, publicado pelo Sebrae em junho de 2022. Estudo realizado por meio de pesquisa online com 1.000 empresas organizadoras de feiras e eventos no Brasil).
Portanto, as feiras são um importante segmento da economia, pois elas contribuem para a geração de empregos e para o crescimento econômico.
Aqui estão alguns exemplos específicos de como as feiras contribuem para a geração de empregos:
- uma feira de agricultura gera empregos para agricultores, comerciantes, transportadores e trabalhadores de serviços rurais e urbanos;
- uma feira de artesanato gera empregos pra artesãos, comerciantes e trabalhadores de serviços;
- uma feira de negócios gera empregos para expositores, visitantes, fornecedores e trabalhadores de outros segmentos;
Realmente, o melhor lugar para expor produtos e serviços estão nas feiras onde empresas de todos os portes podem mostrar seu trabalho para um público específico ou diversificado.
Isso pode levar a novos negócios e a criação e manutenção de empregos.
Além de gerar empregos, as feiras também contribuem para a economia de outras formas, como:
- promove o turismo;
- aumenta o consumo;
- gera renda para os expositores.
A gestão pública tem a competência para criar e incentivar de feiras em um município, por isso, quando encontrar um candidato a um cargo político em uma feira, o cidadão deve cobrar mais políticas públicas eficazes.
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